03/04/18 11h43

Indústria do Brasil tem maior ganho trimestral desde 2011

Valor Econômico

A atividade industrial brasileira teve novo crescimento em março, impulsionado pelo fortalecimento nas condições de demanda. O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil passou de 53,2 em fevereiro para 53,4 um mês depois, com ajuste sazonal, informou a consultoria IHS Markit. Leituras acima de 50 indicam expansão.

A marca mais recente foi a segunda mais alta em mais de sete anos e indicou uma melhora robusta na saúde do setor, segundo a IHS Markit. No primeiro trimestre, o PMI teve uma média de 52,6 e mostrou o maior ganho trimestral desde o primeiro trimestre de 2011.

As entradas de pedidos mostraram a segunda expansão mais rápida em mais de cinco anos, que foi equiparada por uma tendência idêntica para a produção, diz a consultoria.

“Como consequência, os produtores de mercadorias aumentaram ainda mais o número de contratações e compraram insumos da maneira mais significativa desde fevereiro de 2011. A entrega de itens aos clientes causou uma redução nas reservas de produtos acabados, ao mesmo tempo em que os níveis baixos de estoque dos fornecedores e subsequentes atrasos na entrega resultaram numa contração dos inventários de insumos. Ao mesmo tempo, as pressões inflacionárias permaneceram elevadas”, informa o relatório.

Segundo relatos obtidos pela IHS Markit, a demanda básica melhorou em março, sustentando o segundo aumento mais rápido nos registros de pedidos desde janeiro de 2013. “Além das vendas internas, as empresas conseguiram garantir novos negócios de fontes internacionais. Houve menções especialmente a obtenções de contrato de países do Mercosul, Chile e Peru. O aumento no volume de novos pedidos para exportação foi pequeno, mas mesmo assim foi o primeiro em três meses”, diz o documento.

“Essas evoluções positivas incentivaram os fabricantes brasileiros a aumentar a produção. A expansão na produção foi a segunda mais forte em mais de cinco anos e foi acentuada no geral. Parte do aumento no volume de produção foi conseguido através da conclusão de negócios inacabados. A quantidade de pedidos em atraso caiu acentuadamente, embora o ritmo de redução tenha sido o mais lento em três meses”, diz a IHS Markit.

Em meio a relatos de tentativas contínuas de expandir as capacidades operacionais, os fabricantes brasileiros contrataram pessoal adicional em março, destaca a consultoria. “A taxa de criação de empregos ficou basicamente semelhante ao pico de 83 meses observado em fevereiro. As empresas compraram quantidades mais elevadas de insumos em março, mas os atrasos na entrega impediram que os estoques de compras crescessem. O aumento nos níveis de compra foi o mais acentuado em mais de sete anos. A deterioração no desempenho dos fornecedores foi sólida, enquanto que os estoques de matérias-primas e de itens semiacabados divulgaram uma queda mais rápida do que a observada no mês anterior.”

Os encargos de custo médio cresceram devido, em grande parte, aos preços mais elevados pagos por petróleo, combustíveis e algumas matérias-primas, segundo a IHS Markit. “Além disso, a taxa de inflação foi acentuada e ficou acima da sua tendência de longo prazo. Os produtores de mercadorias compartilharam as cargas adicionais de custos com seus clientes por meio de preços de venda mais elevados.”

“O grau de otimismo manteve-se num nível historicamente elevado, já que as empresas se revelaram confiantes de que lançamentos de novos produtos, condições econômicas favoráveis, planos de investimentos e projetos em fase de preparação impulsionarão o crescimento da produção nos próximos 12 meses.”