Indústria de SP inicia ano em leve alta

Valor Econômico

O Indicador de Nível de Atividade (INA), que mede o desempenho da indústria de transformação paulista, registrou alta de 0,3% entre dezembro e janeiro, considerando os ajustes sazonais, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sem considerar o ajuste sazonal, a atividade da indústria de transformação paulista apresentou queda de 5,6% no mês passado frente ao mês anterior. Na comparação com janeiro de 2010, o INA subiu 2,8%.

O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) ficou em 82,8% em janeiro, com ajuste sazonal, abaixo do índice de 83,1% em dezembro e superior aos 79,5% apresentados em janeiro de 2010. Na série sem ajuste sazonal, o Nuci ficou em 79,4% em janeiro, após registrar 81,3% em dezembro. Em janeiro de 2010, o indicador marcava 76,3%.

Já as vendas reais da indústria paulista diminuíram 2,9% em janeiro, após terem registrado alta de 1,2% em dezembro de 2010, considerando os ajustes sazonais. Se comparado a janeiro de 2010 houve crescimento de 7%, sem ajuste sazonal. A Fiesp reduziu para 3,5% sua estimativa de expansão da indústria de transformação paulista em 2011. No fim de 2010, as projeções para o INA neste ano giravam em torno de 5%.

A entidade ainda destaca que a expectativa é de novas revisões para baixo no decorrer do ano. Walter Sacca, diretor da entidade, explica que para se chegar aos 3,5% de expansão neste ano, o setor teria de crescer 0,5% ao mês até dezembro, cenário considerado por ele com poucas chances de realização. "Há um quadro crescente de dificuldade no setor industrial. É mais provável que encontremos obstáculos que benefícios nos próximos meses", afirma Sacca.

Sua avaliação se baseia em fatores como a valorização do real frente ao dólar, que incentiva as importações, e a projeção de alta na taxa básica de juros (Selic), que encarece o crédito, provocando reflexos tanto nas vendas como nos investimentos. Um crescimento da ordem de 3% no ano, entretanto, não seria ruim, segundo Sacca. Porém, o adequado para ele seria que a indústria acompanhasse o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), cuja estimativa para 2011 é de aumento de 4,5%. A Fiesp revisou o resultado do INA de 2010, que passou de 9,9% para 9,4%.