30/12/09 10h07

Indústria de PCs prepara-se para crescimento de até 30% em 2010

Valor Econômico

Nada como um dia depois do outro. No fim do ano passado, as projeções da indústria de computadores indicavam uma queda de mais de 10% nas vendas de micros de mesa e equipamentos portáteis em 2009. Para fabricantes e varejistas, o que se avizinhava era um cataclismo capaz de encerrar o ciclo de crescimento acelerado iniciado em 2005, quando o governo federal reduziu os encargos fiscais sobre a produção das máquinas, um fator determinante para a derrubada dos preços no setor. Passados 12 meses, não há nem sombra desse cenário. Projeções mais recentes mostram que 2009 vai terminar com uma retração bem mais suave, por volta de 6%. E, o que é melhor, 2010 será um ano de forte retomada. As estimativas indicam taxas de crescimento que variam de 12% a 30% no número de unidades que serão vendidas no país.

A consultoria IDC, especializada na área de tecnologia da informação, estima que as vendas vão chegar a 12,7 milhões de máquinas em 2010. Na Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a projeção é de 14 milhões de unidades. Independentemente das variações possíveis, a fabricante de chips Intel calcula que o Brasil tem condições ultrapassar o Japão e a Alemanha já no ano que vem, tornando-se o terceiro maior mercado de computadores do mundo. O país ocupa atualmente a quinta posição no ranking.

Essa participação crescente do Brasil, apesar do cenário de crise mundial, não passou despercebida pelos grandes fabricantes mundiais de computadores. Segundo Ivair Rodrigues, analista da consultoria IT Data, 87 empresas contam com isenção fiscal do Processo Produtivo Básico (PPB) para montar equipamentos no país. Há cinco anos, eles eram 38. Em 2009, a lista foi engrossada pela Acer, Asus e Samsung. As três companhias, que não tinham nenhum tipo de fabricação local de PCs, anunciaram planos para trazer suas linhas de produção, próprias ou por meio de terceiros. Hoje, entre os grandes fabricantes mundiais, só Apple e Toshiba (que participa no país da joint venture Semp Toshiba) ainda não montam máquinas no país. Segundo dados da Abinee, a base instalada de computadores no Brasil pode chegar a 65 milhões em 2010, com um aumento de 12% no faturamento do setor, para R$ 39,5 bilhões (US$ 23 bilhões).