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Indústria de defensivos aposta na cana

Valor Econômico - 19/09/2007

O avanço na produção de cana-de-açúcar está levando as indústrias de defensivos a desenvolverem pesquisas de novos produtos a partir do Brasil. Segundo informações das indústrias, as vendas de agroquímicos para cana devem dobrar no país nos próximos cinco anos, alcançando US$ 1 bilhão. No último ano, o segmento de cana superou o de algodão, tornando-se o segundo principal mercado para defensivos, depois da soja, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). Em 2006, o segmento de cana cresceu 36,5%, passando de US$ 362 milhões para US$ 494 milhões. A participação sobre o faturamento 9% para 12,6%.  "A expectativa para este ano é de que o setor de defensivos tenha crescimento próximo a 15%, alcançando a um faturamento entre US$ 4,5 bilhões e US$ 4,6 bilhões, e certamente a cana terá uma participação mais significativa no mercado", avalia José Roberto da Ros, vice-presidente do Sindag. A alemã Basf é uma das empresas que investe em pesquisas para desenvolver produtos para cana a partir do Brasil, nas estações de pesquisa que tem em Santo Antônio de Posse (SP) e Ponta Grossa (PR). A meta, segundo Ademar de Geroni Júnior, gerente de cultivos cana da Basf, é lançar globalmente novos produtos até 2012. "Em 2005 os produtos para cana representavam 12% do nosso faturamento no Brasil, hoje representa 20%", afirma Geroni. Neste ano, segundo ele, as vendas de produtos para cana cresceram mais de 20% neste ano, impulsionados pelo aumento da área plantada e pelo maior investimento nas lavouras por parte dos produtores. Gerhard Bohne, diretor-executivo de marketing da também alemã Bayer CropScience, confirma as previsões de expansão do mercado de produtos para cana e projeta para 2010 um aumento da área cultivada no país com a cultura em cerca de 30%, para 9 milhões de hectares. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) projeta para 2010 um aumento da área plantada no país dos atuais 7,5 milhões de hectares para 10 milhões. Segundo ele, boa parte dos 500 milhões de euros que a Bayer investirá por ano no desenvolvimento de defensivos será destinado à produtos para cana, que serão desenvolvidos a partir do Brasil. Para isso, a empresa montou uma equipe para realizar os estudos na estação de pesquisas em Paulínia (SP). Na Europa, os estudos serão focados em canola - outra cultura usada para a produção de biocombustíveis.