27/04/07 15h43

Indústria de couro prevê expansão

Valor Econômico - 27/04/2007

As indústrias de couros, que no ano passado exportaram o equivalente a US$ 1,87 bilhão para os mercados europeu e asiático, projetam novo crescimento nos embarques neste ano, graças ao aumento da demanda internacional pelas indústrias automotivas e moveleiras, reforçados ainda por preços aquecidos no exterior. O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) estima para o ano um crescimento das vendas externas de, pelo menos 22%, para US$ 2,28 bilhões - valor que o setor esperava alcançar apenas em 2008, desde que iniciou um trabalho com a Apex para estimular as exportações, em 2005. Hoje o setor produz 45 milhões de peças por ano e exporta 80% da produção. No primeiro trimestre, os embarques aumentaram 37% em receita em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 552,44 milhões. Em volume, a expansão foi de 9%. "A valorização do real frente ao dólar obrigou as indústrias brasileiras a fazerem um reajuste de preços. O setor também foi favorecido pelo aquecimento do mercado internacional", afirma Nilson Riga Vitale, presidente da Vitapelli, uma das três maiores exportadoras do país. Empresa de capital nacional, sediada em Presidente Prudente (SP), a Vitapelli exporta toda a sua produção, sendo responsável hoje por 10% dos embarques do setor. De acordo com Vitale, a empresa também deve crescer em torno de 20%. Ele observa que o crescimento do setor de construção civil influencia indiretamente as indústrias moveleiras, tanto no Brasil como no exterior. Luiz Bittencourt, do CICB, observa também que as indústrias automotivas - no Brasil e na Europa - ampliaram as compras de couro para estofamento de bancos e painel dos veículos, o que também tem ajudado a sustentar as vendas do setor. Em 2006, os setores automotivo e moveleiro consumiram 40% do couro produzido no país, índice que deve aumentar neste ano, com a mudança no mercado consumidor.