23/05/16 14h34

Indústria de Araraquara e região abre 400 vagas em abril

Dado positivo vem após um ano com postos de trabalho sendo fechados; em 12 meses, são 6,4 mil trabalhadores a menos

Araraquara.com

Após um ano somando fechamento atrás de fechamento de vagas de trabalho, a Indústria da região de Araraquara reagiu e fechou abril com 400 contratações a mais que demissões.

Os setores têxtil, de equipamentos de transporte e de produtos alimentícios foram os que registraram maior alta nesse período.

“É um cenário que, se prosseguir, será positivo para a indústria local. Após abril, deixamos de ter mais demissões que contratações em 2016”, comenta Charles Bonani, gerente regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Cenário complicado

Apesar da alta, o cenário está longe de ser positivo. Em 12 meses, a Indústria fechou 6,4 mil postos de trabalho. Além disso, abril de 2016 fechou com aumento de 0,8% nas vagas, enquanto o mesmo mês do ano passado terminou com 2,6%. Ou seja, ainda continua complicada a geração de emprego.

“Mesmo que se mantenha uma trajetória de crescimento, é improvável que a Indústria consiga recuperar os empregos perdidos nos últimos 12 meses”, finaliza Bonani, que se diz ‘na torcida’ por um cenário melhor.

Cenário político nacional mantém incertezas

Na visão de Charles Bonani, gerente regional do Ciesp/Araraquara, a troca de comando do Governo Federal e a entrada do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) pode ser uma mudança positiva para a Indústria, já que ações na área econômica devem ser tomadas.

“Com a Dilma [Rousseff, PT], as pautas estavam todas atravancadas. Fora questões partidárias, torço para que Temer faça um bom governo e o País retome o caminho do crescimento”, diz.

Entretanto, o rombo bilionário nas contas públicas pode fazer com que o Governo opte por recriar a CPMF e adotar novos impostos, atravancando mais ainda a economia brasileira e prejudicando a Indústria.

Indústria que não demite, já está ‘no lucro’

Em um momento conturbado como esse, a Indústria que não está demitindo, pode se considerar no lucro. O setor têxtil foi o que mais cresceu mão de obra mês passado. Na fábrica de meias Lupo, maior do ramo na cidade, não tem havido contratações, mas por outro lado, também não ocorreu demissões em massa até o momento.

“O fluxo de saída de funcionários segue normal, por vários motivos, sendo a maioria por pedido do próprio colaborador. A diferença para os anos anteriores é que, dessa vez, não estamos repondo essas vagas. Estamos mantendo a produção assim”, comenta Carlos Polato, supervisor de pessoal da Lupo. “Como os meses de janeiro até março são os que mais se contrata, é difícil que ocorra novas contratações esse ano, a não ser que o mercado vire de uma hora para outra.”