Indústria cria 7,7 mil vagas de emprego na RMC em sete meses
Desempenho de janeiro a julho deste ano é quase 200% maior do que o saldo positivo de 2,6 mil vagas do mesmo período de 2023
Correio PopularA indústria teve uma forte recuperação na geração de emprego na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em 2024, com o saldo de 7.782 vagas criadas no acumulado de janeiro a julho. Os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o número é 197,82% maior que os 2.613 empregos gerados pelo setor em todo o ano passado. O desempenho nos primeiros sete meses deste ano também supera os 6.881 empregos industriais criados nos 12 meses de 2022. Ele é inferior apenas aos 12.287 postos surgidos de janeiro a dezembro de 2021, mas aquele foi um ano atípico marcado pela recomposição do mercado de trabalho após a onda de demissões provocada pela pandemia de covid-19 em 2020. Além disso, o ano também foi influenciado pelo lançamento do Novo Caged, que ampliou a base de dados de geração de empregos.
“Temos que lembrar que esses dados de 2020, 2021, são de um período em que a base de dados estava se expandindo. Ela parou de considerar apenas os contratos com carteira assinada por tempo indeterminado para considerar também os contratos temporários registrados no e-Social e outras fontes. Agora que a base está mais ajustada a esse padrão de captação é que a gente consegue avaliar com mais propriedade”, afirmou a economista Eliane Navarro Rosandiski, pesquisadora de emprego do Observatório PUC-Campinas.
A indústria criou 1.808 empregos na RMC apenas em julho, o segundo melhor mês do ano, somente atrás dos 1.842 novos postos de janeiro. Em seis meses de 2024 o setor teve saldo positivo na geração de vagas. O número de demissões superou o de admissões (-5) apenas em junho, mesmo assim mostrando estabilidade, com um saldo negativo muito pequeno.
Esse foi o segundo setor com o maior saldo de empregos em julho, sendo responsável por quatro em cada 12 vagas surgidas. As indústrias tiveram participação de 33,72% nos 5.362 postos com carteira assinada surgidos no sétimo mês do ano.
Reflexos
A economista, também professora da PUC-Campinas, lembrou que a indústria é o que paga os melhores salários médios e isso traz reflexos para outros setores. “Isso traz um benefício forte para a demanda. A gente consegue ver que está tendo um comportamento positivo no comércio da Região Metropolitana”, disse ela.
Dos cinco setores analisados, quatro tiveram saldo positivos, com serviços liderando (1.841). A construção civil (963) e o comércio (844) também contribuíram para a geração de vagas. A agropecuária foi o único setor com saldo negativo em julho, com o fechamento de 94 empregos.
Uma das indústrias a gerar empregos na RMC foi uma fábrica de produtos dermatológicos em Hortolândia. Ela anunciou um investimento de US$ 6,5 milhões (R$ 36,73 milhões) para triplicar a produção. O valor inclui a aquisição de um terreno de 48 mil metros quadrados ao lado da planta para ampliar as instalações. "Com essa ampliação, conseguiremos desenvolver a economia da região e internalizar alguns processos de produção, aprimorando nossa velocidade e flexibilidade de abastecimento. Nosso objetivo é progredir no mercado brasileiro, apoiando seu crescimento e dedicando nosso foco e paixão em prol do nosso propósito de avançar a dermatologia para cada história de pele", disse a gerente-geral da empresa no Brasil, Lígia Santos.
A multinacional está presente em 40 países, com o Brasil entre seus três principais mercados. A planta de Hortolândia é a única em território nacional, com cerca de 400 funcionários. Quando foi inaugurada, em 2015, eram 300 colaboradores. Além de atender ao mercado brasileiro, a empresa exporta para outros países, entre eles Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. O grupo atualmente possui outras cinco fábricas no mundo—Canadá, França, Suécia, Suíça e Alemanha.