04/09/24 14h58

Indústria cria 7,7 mil vagas de emprego na RMC em sete meses

Desempenho de janeiro a julho deste ano é quase 200% maior do que o saldo positivo de 2,6 mil vagas do mesmo período de 2023

Correio Popular

A indústria teve uma forte recuperação na geração de emprego na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em 2024, com o saldo de 7.782 vagas criadas no acumulado de janeiro a julho. Os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o número é 197,82% maior que os 2.613 empregos gerados pelo setor em todo o ano passado. O desempenho nos primeiros sete meses deste ano também supera os 6.881 empregos industriais criados nos 12 meses de 2022. Ele é inferior apenas aos 12.287 postos surgidos de janeiro a dezembro de 2021, mas aquele foi um ano atípico marcado pela recomposição do mercado de trabalho após a onda de demissões provocada pela pandemia de covid-19 em 2020. Além disso, o ano também foi influenciado pelo lançamento do Novo Caged, que ampliou a base de dados de geração de empregos.

“Temos que lembrar que esses dados de 2020, 2021, são de um período em que a base de dados estava se expandindo. Ela parou de considerar apenas os contratos com carteira assinada por tempo indeterminado para considerar também os contratos temporários registrados no e-Social e outras fontes. Agora que a base está mais ajustada a esse padrão de captação é que a gente consegue avaliar com mais propriedade”, afirmou a economista Eliane Navarro Rosandiski, pesquisadora de emprego do Observatório PUC-Campinas.

A indústria criou 1.808 empregos na RMC apenas em julho, o segundo melhor mês do ano, somente atrás dos 1.842 novos postos de janeiro. Em seis meses de 2024 o setor teve saldo positivo na geração de vagas. O número de demissões superou o de admissões (-5) apenas em junho, mesmo assim mostrando estabilidade, com um saldo negativo muito pequeno.

Esse foi o segundo setor com o maior saldo de empregos em julho, sendo responsável por quatro em cada 12 vagas surgidas. As indústrias tiveram participação de 33,72% nos 5.362 postos com carteira assinada surgidos no sétimo mês do ano. 

Reflexos

A economista, também professora da PUC-Campinas, lembrou que a indústria é o que paga os melhores salários médios e isso traz reflexos para outros setores. “Isso traz um benefício forte para a demanda. A gente consegue ver que está tendo um comportamento positivo no comércio da Região Metropolitana”, disse ela.

Dos cinco setores analisados, quatro tiveram saldo positivos, com serviços liderando (1.841). A construção civil (963) e o comércio (844) também contribuíram para a geração de vagas. A agropecuária foi o único setor com saldo negativo em julho, com o fechamento de 94 empregos.

Uma das indústrias a gerar empregos na RMC foi uma fábrica de produtos dermatológicos em Hortolândia. Ela anunciou um investimento de US$ 6,5 milhões (R$ 36,73 milhões) para triplicar a produção. O valor inclui a aquisição de um terreno de 48 mil metros quadrados ao lado da planta para ampliar as instalações. "Com essa ampliação, conseguiremos desenvolver a economia da região e internalizar alguns processos de produção, aprimorando nossa velocidade e flexibilidade de abastecimento. Nosso objetivo é progredir no mercado brasileiro, apoiando seu crescimento e dedicando nosso foco e paixão em prol do nosso propósito de avançar a dermatologia para cada história de pele", disse a gerente-geral da empresa no Brasil, Lígia Santos.

A multinacional está presente em 40 países, com o Brasil entre seus três principais mercados. A planta de Hortolândia é a única em território nacional, com cerca de 400 funcionários. Quando foi inaugurada, em 2015, eram 300 colaboradores. Além de atender ao mercado brasileiro, a empresa exporta para outros países, entre eles Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. O grupo atualmente possui outras cinco fábricas no mundo—Canadá, França, Suécia, Suíça e Alemanha.