05/05/07 11h20

Indústria cresce 3,8% no 1º tri, com alta de máquinas

Folha de S. Paulo - 05/05/2007

A produção industrial brasileira cresceu 3,8% no primeiro trimestre, puxada pelo crescimento mais acentuado em março e pelo setor de bens de capital (máquinas e equipamentos). O setor é referência de crescimento dos investimentos e acumula alta de 14,8% de janeiro a março. Segundo analistas, o crescimento dos investimentos em máquinas e equipamentos sinaliza uma produção em ritmo mais forte no futuro. Apesar da recuperação, o IBGE define o comportamento da indústria como uma "trajetória de suave crescimento, com forte desequilíbrio entre os setores". Na prática, cresceu o fosso entre os setores beneficiados pelo crescimento mundial, como commodities (minério de ferro e petróleo), e segmentos que sofrem com a valorização do real, como têxteis e calçados. O IBGE ressalta, por outro lado, o crescimento mais disseminado dos bens de capital. No primeiro trimestre houve recuperação de setores como o de máquinas e equipamentos para agricultura, com alta de 13,1%, e máquinas para transporte (alta de 9,5%). Em março, no entanto, a categoria de bens de capital recuou 0,4% na comparação com fevereiro. Segundo o IBGE, a queda representa uma acomodação após quatro meses de crescimento. Segundo Silvio Sales, coordenador de indústria do IBGE, o setor de bens de consumo semi e não-duráveis tem freado o crescimento da indústria. No ano, a expansão foi de apenas 1,3%. Além de questões de mercado interno, essa categoria é a mais prejudicada pela taxa de câmbio. Os bens de consumo duráveis (eletrodomésticos) acumulam alta de 2,3%. Essa categoria tem sido afetada pela concorrência de importados na linha marrom (TV, som, entre outros) e pela expectativa de chegada de produtos de nova tecnologia. No trimestre, a linha marrom teve queda de 24,3%. Os bens intermediários (insumos industriais) acumularam alta de 3,8%, puxados pela metalurgia básica e por adubos e fertilizantes. O último Relatório de Mercado, organizado pelo Banco Central com instituições financeiras, indica uma projeção de crescimento de 4%, um ritmo mais forte do que o do ano passado, quando a indústria cresceu 2,8%. A indústria avançou 1,2% em março na comparação com fevereiro e 3,9% em relação a março de 2006. O resultado representa o sexto mês seguido de crescimento e ficou acima das expectativas de analistas ouvidos pela Folha.