04/03/08 14h48

Indústria atrai mais investimento direto estrangeiro

Valor Econômico - 04/03/2008

O ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil continua a impressionar. Nos 12 meses terminados em janeiro, o fluxo líquido - que exclui as repatriações de capital feitas pelas multinacionais - atingiu o recorde de US$ 37 bilhões, enquanto o ingresso bruto foi de US$ 52,6 bilhões - também recorde. A perspectiva de crescimento mais forte e sustentado e a maior estabilidade tornam o país atraente para as companhias estrangeiras. Vários analistas consideram possível que o saldo líquido fique próximo dos US$ 34,6 bilhões registrados em 2007, embora os mais cautelosos apostem em alguma retração, devido à desaceleração da economia global. Outra tendência importante é que a indústria tem recebido uma fatia maior dos investimentos em participação em capital - 39,3% no ano passado, mais que os 38,5% de 2006 e os 30,2% de 2005. Além de confirmar a aposta das empresas multinacionais no crescimento do país, o fluxo expressivo de investimentos diretos tem sido fundamental para a manutenção do câmbio valorizado, mesmo com o encolhimento do saldo comercial e o forte aumento das remessas de lucros e dividendos. O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização (Sobeet), Luís Afonso Lima, destaca o crescimento e o tamanho do mercado local como fatores determinantes para o forte aumento do investimento direto no Brasil. Lima observa ainda que o fluxo elevado também reflete a perspectiva de que o Brasil obtenha em breve das agências de classificação de risco o chamado grau de investimento, conferido a quem oferece um risco baixo de calote. Um estudo da Sobeet com nove países emergentes mostra que, nos dois anos anteriores à obtenção do grau de investimento, o volume de investimentos estrangeiros diretos cresce 45% em relação aos dois anteriores. Nos dois anos posteriores, o aumento chega a 174%.