14/12/21 13h59

Indústria apresenta saldo positivo na região de Americana

O saldo positivo foi calculado a partir dos dados divulgados pelo Ministério da Economia

TodoDia

As exportações da indústria na região de Americana e Santa Bárbara d'Oeste apresentaram superávit de US$ 216,2 milhões e US$ 37,6 milhões, respectivamente, entre janeiro e novembro deste ano. O saldo positivo foi calculado a partir dos dados divulgados pelo Ministério da Economia, sobre as exportações e importações realizadas pela indústria durante os 11 meses deste ano e compilados pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp (Federação das Indústria do Estado de São Paulo), divulgados no início desta semana.

Durante o mesmo período de 2020, o superávit comercial da região de Americana - que inclui indústrias de Nova Odessa e Cosmópolis, na classificação da Fiesp - foi de apenas US$ 4 milhões (cerca de 5.000% menor), enquanto Santa Bárbara d'Oeste havia apresentado déficit, com saldo negativo em exportações de US$ 78,7 milhões.

As indústrias de Santa Bárbara exportaram entre janeiro e novembro deste ano US$ 209,3 milhões, um aumento de 254% em relação aos US$ 59,1 milhões do mesmo período do ano passado.

Os principais produtos exportados pelo município foram máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (38,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (31,2%) e instrumentos e aparelhos de óptica (14,7%).

As importações da cidade também apresentaram alta de 24,6% em relação a 2020, passando de US$ 137,8 milhões para R$ 171,7 milhões - máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos tiveram aumento de 37,3%, enquanto máquinas, aparelhos e materiais elétricos de 26,8% e veículos automóveis, tratores de7,9%.

Por sua vez, as indústrias da regional de Americana exportaram nos últimos 11 meses US$ 760,5 milhões, um aumento de 96,5% na comparação interanual.

A alta foi puxada pela exportação de pedras e metais preciosos (32,7%), borracha e derivados (14,6%) e produtos químicos inorgânicos (13,5%).

As importações também apresentaram crescimento de 39%, sendo 32,7% em pedras e metais preciosos, 14,6% em borrachas e derivados e 13,5% em produtos químicos inorgânicos.

AVALIAÇÃO

Para o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Americana, Frederico Faé, a alta do dólar é a principal responsável pelo saldo positivo das exportações.

"As exportações tomaram força pela questão cambial, o que torna vantajoso a venda em dólar e especificamente por três grandes setores", afirma.

Já quanto às importações, o resultado se deve a retomada de consumo. "O aumento na importação é fruto da retomada do consumo de produtos que nossa região se tornou dependente, ou seja, produtos com dificuldades na substituição por fornecedores nacionais, como resinas, químicos e fármacos", diz.

Segundo Faé, as empresas tiveram de se adaptar à crise, procurando diversificar a produção, além de readequar a estrutura administrativa e financeira. "Muitas empresas buscaram novos nichos de mercado, ajustando sua produção para áreas como a da saúde na fabricação de produtos médicos hospitalares, de higiene e limpeza. Os ajustes nos turnos de trabalhado também foram estratégias de redução de custos, que atual e gradativamente estão retomando aos níveis pré-pandemia", comenta.

"As empresas da região são predominantemente pequenas, cerca de 94% delas, isso acaba interferindo na cultura comercial, sendo um entrave tanto para exportar como para importar, considerado por muitos um bicho de sete cabeças. O que, logicamente, com preparação e apoio do Ciesp podem ser contornados. O uso de matéria-prima importada geralmente requer volumes maiores e para contornar isso a empresas optam por comprar de importadores que via de regra estão em outros municípios ou estados que oferecem vantagens na importação", completa.

A expectativa do diretor do Ciesp é positiva, tendo em vista a previsão de uma curva de crescimento menos intensa, em função dos limites de produção dos setores. "A tendência é uma estabilização desse quadro, atingindo um patamar sem crescimento, o que pode mudar com as políticas econômicas e controle do câmbio."

fonte: https://tododia.com.br/cidades/industria-apresenta-saldo-positivo-na-regiao