Indicador de confiança industrial, da FGV, se mantém estável em janeiro
Valor EconômicoO Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) fechou janeiro de 2018 em 99,4 pontos, estável em relação ao mês anterior, quando havia registrado o maior nível desde janeiro de 2014 (99,6), informou a FGV em relatório divulgado ontem. Na métrica de médias móveis trimestrais, o ICI manteve a tendência de alta, ao avançar 1,2 ponto, para 98,8 pontos.
Mesmo com a estabilidade da confiança industrial, a maioria dos segmentos - 12 dos 19 -, apresentou alta. O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 2,4 pontos, para 100,9 pontos, o maior desde setembro de 2013 (102,4). O Índice de Expectativas (IE) caiu 2,4 pontos, para 98 pontos, retornando ao mesmo nível de novembro passado.
A melhora na percepção sobre os estoques foi o principal fator a contribuir para a evolução do ISA neste mês. A parcela de empresas que avaliam o nível de estoques como insuficiente caiu de 5,6% para 5,4% do total, mas a parcela das que o consideram o volume excessivo diminuiu em maior proporção, de 9,1% para 8% do total.
A principal contribuição para a queda do IE no mês foi das expectativas em relação à evolução do total de pessoal ocupado nos três meses seguintes. Houve queda da proporção de empresas prevendo aumento no volume de pessoal, de 19% para 17,8% do total, e diminuição da proporção das que esperam redução, de 12,5% para 12,3% do total.
Assim como ocorreu com o ICI, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) ficou estável entre dezembro e janeiro, em 74,7%, o maior desde dezembro de 2015 (75%). Na métrica de médias móveis trimestrais, o Nuci avançou 0,1 ponto percentual, também para 74,7%.
"A estabilidade do ICI em janeiro resulta de movimentos de melhora das avaliações do setor sobre a situação atual, piora das expectativas e estabilidade do nível de utilização da capacidade instalada", diz a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV, Tabi Thuler Santos, em comentário no relatório.
"Essa combinação mostra que, apesar da evolução favorável dos meses anteriores, o ainda elevado grau de incerteza econômica torna o setor inseguro quanto à velocidade de recuperação da economia nos próximos meses", diz a economista.
A edição de janeiro da Sondagem da Indústria da FGV coletou informações de 1.089 empresas entre os dias 2 e 25 do mês. A próxima divulgação será feita no dia 28 de fevereiro.