Indaiatuba está se tornando uma das maiores exportadoras de tratores e equipamentos de construção
IpesiDe acordo com o estudo mensal da balança comercial realizado pelo Observatório da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, as empresas do município exportaram nos últimos 12 meses encerrados em agosto o equivalente a substanciais US$ 941,9 milhões.
Foi um crescimento de 4,10% na comparação com os US$ 904,77 milhões registrados de setembro de 2021 a agosto de 2022, suficientes para colocar Indaiatuba no segundo lugar entre os municípios que mais exportam na região, ultrapassando Paulínia e só ficando atrás da própria Campinas.
Na verdade, proporcionalmente, Indaiatuba é a cidade que mais aumentou suas exportações na Região Metropolitana de Campinas desde 2019, quando o levantamento do Observatório PUC-Campinas teve início.
O crescimento, de fato, foi impressionante, atingindo 174,52% em relação aos US$ 343,11 milhões registrados nos 12 meses até agosto de 2019.
A comparação com Paulínia dá uma ideia melhor da expansão de Indaiatuba no mercado de exportação. Durante os últimos quatro anos, Paulínia, que caiu para a terceira posição, ampliou suas vendas ao exterior em apenas 36,97%, passando de US$ 655,64 milhões para US$ 898 milhões.
Um crescimento similar ao de Campinas, que lidera o ranking, que apresentou um aumento de 38,74% no mesmo período. As empresas da cidade exportaram US$ 1,11 bilhão nos últimos 12 meses, na comparação com os US$ 802,57 milhões registrados no mesmo período de 2019.
“O mais significativo é que os equipamentos exportados por Indaiatuba possuem complexidade de média a alta e assim também agregam alto valor”, diz o economista Paulo Ricardo da Silva Oliveira, responsável pelo estudo do Observatório PUC-Campinas. “Isso vem não só contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade da balança comercial da região, como já a levou a assumir a liderança nacional na produção desse tipo de equipamentos.”
De acordo com Oliveira, isso foi confirmado por um estudo sobre o Valor da Transformação Industrial (VTI) nacional divulgado pela Fundação Sistema de Análise de Dados (Seade) em junho passado.
Segundo o estudo, a região de Campinas já é responsável por 39,3% da produção de tratores, máquinas e equipamentos para agricultura, pecuária, construção civil e extração mineral no estado de São Paulo, que por sua vez responde por 51% do total nacional.
Distrito industrial
A expansão industrial de Indaiatuba começou na década de 1960, quando o município recebeu as primeiras indústrias mecânicas e metalúrgicas – antes disso, era uma cidade predominantemente rural.
O grande salto fabril foi dado com a criação de um distrito industrial em 1973, acompanhado por uma lei de incentivos às indústrias que se instalassem no município. A iniciativa foi um sucesso. Em 1970 havia 37 indústrias em atividade na cidade e esse número subiu para 75 em 1975. Em 1980, já estavam instaladas ali 422 indústrias.
As condições para a industrialização da cidade seriam favorecidas pelo seu potencial energético, a sua excelente localização em relação aos grandes centros industriais e comerciais, e as opções de vias de acesso a outras cidades, o que facilitava o escoamento da produção e suas relações comerciais.
Na década de 1970, a cidade também começou a receber grande número de migrantes, muitos altamente qualificados.
Nos últimos anos, o município aumentou o tamanho do seu polo industrial principalmente devido à vinda de grandes empresas de outras cidades do estado de São Paulo.
Hoje, Indaiatuba possui grandes empresas especialmente do setor automotivo, como a Toyota, Honda, John Deere, Mann+Hummel (Filtros Mann), Yanmar e Agritech Lavrale, além de ser a sede do campo de provas da montadora General Motors e também da Honda. Além destas empresas, lá também estão instaladas grifes como a Basf, Unilever e SEW Eurodrive.
Os mercados externos atendidos pelas indústrias de Indaiatuba são também bastante diversificados, englobando todos os continentes.
Uma fabricante especializada na produção de linhas voltadas para a agricultura familiar exportou desde 2019, por exemplo, cerca de 2 mil equipamentos para a África, principalmente para Gana e Costa do Marfim. Já as fabricantes de máquinas de construção exportam para mais de 80 países, incluindo destinos arredios como o Leste Europeu e o Sudeste Asiático.
O aumento da atividade industrial está contribuindo ainda para a geração de empregos na cidade. Outro estudo do Observatório PUC-Campinas mostra que o município acumula de janeiro a julho deste ano a criação de 3.198 novas vagas com carteira assinada.
Com isso, nos primeiros sete meses deste ano houve aumento de 3,81% no número de empregos, com o estoque passando de 83.868 postos em dezembro de 2022 para 87.066 em julho.
No ano passado, Indaiatuba registrou a criação de 5.531 empregos, com a média próxima de 460 por mês se mantendo em 2023.