13/10/09 14h37

Incorporadoras retomam megaprojetos

Valor Econômico

Com o reaquecimento do mercado imobiliário, as incorporadoras estão tirando da gaveta os megaprojetos. Todos haviam ficado completamente fora do radar durante a fase mais aguda da crise. Por mais de um ano, as empresas não se aventuraram a lançar nada além dos empreendimentos convencionais, em terrenos pequenos, centrais e com um único prédio. Mais animadas com o cenário econômico e a resposta rápida do comprador de imóveis, agora voltam a investir nos projetos com volumes de vendas vultosos - de mais de uma torre, lançados em várias fases, que podem ser ancorados por edifícios comerciais e até shoppings no mesmo terreno.

No auge da crise, empresas menores ou em dificuldades não conseguiam manter grandes terrenos e, principalmente, ter caixa para erguer esses projetos. Foi quando as empresas mais capitalizadas viram a oportunidade de ter nas mãos projetos importantes em localizações privilegiadas a um preço relativamente baixo. A americana Tishman Speyer e Helbor seguiram essa lógica e já se preparam para testar a demanda pelos condomínios de grande porte.

A Tishman Speyer, que fez tradição no mercado residencial brasileiro de alto padrão, desce um degrau e estreia nos mega-projetos para a classe média. Lança, ainda em outubro, um empreendimento com 11 torres e 1180 unidades em um terreno de 93 mil m2 na Raposo Tavares. A construção acontece em três fases, sendo que a primeira terá quatro torres e 432 unidades. O VGV total do empreendimento deve chegar a R$ 500 milhões (US$ 278 milhões).

Um dos últimos grandes terrenos da zona Oeste de São Paulo, na avenida Francisco Matarazzo, deve ser um dos próximos a entrar no rol dos megaempreendimentos. A Helbor comprou 50% de um projeto da Setin por R$ 50 milhões (US$ 28 milhões). Aguarda as aprovações para lançar até o começo de 2010 um empreendimento com uma torre comercial com 475 salas pequenas e quatro torres residenciais com 384 apartamentos cada. A Casa das Caldeiras - que abriga eventos - e é tombada será um café. O VGV total soma R$ 310 milhões (US$ 172 milhões).

A Cyrela está em fase de vendas do Nova América, um projeto com cinco condomínios residenciais e uma torre comercial em um terreno de 70 mil metros quadrados em frente ao Hotel Transamérica. A Gafisa, que ficou conhecida pelo Villagio Panamby e Colina São Francisco - mais de 40 torres - está em busca de novas áreas. "O desafio é encontrar terrenos adequados, mas o conceito é vencedor", diz Antonio Carlos Ferreira, diretor de incorporação.