19/06/08 15h47

Incorporadoras estocam terrenos para futuros projetos

Gazeta Mercantil - 19/06/2008

Um item específico ganhou destaque nos balanços das empresas de capital aberto do setor de construção civil: o land bank, ou estoque de terrenos. As incorporadoras passaram a fazer um banco de terras com o objetivo de garantir a produção futura de imóveis e como forma de sinalizar aos acionistas a concretização de seus planos e comprometimentos de quando abriram o capital. A consequência disso, segundo Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), é uma concorrência muito grande porque a cidade de São Paulo tem cada vez menos terrenos disponíveis e a corrida pelas boas áreas fez subir o preço dos locais e de seus vizinhos que puxaram os valores pedidos de venda, num processo de especulação. As empresas não querem perder as boas oportunidades ainda disponíveis no mercado. De acordo com Pompéia, terrenos de grandes indústrias, que se mudaram para fora ou para a periferia da região metropolitana, deram lugar a empreendimentos comerciais e residenciais. A redução dos estoques disponíveis transformou em sucesso as operações urbanas através da qual os empresários podem adquirir o direito de aumentar a área construída permitida nos terrenos locais. No último leilão de Cepacs - Certificados de Potencial Adicional de Construção, que permitem aumentar o coeficiente de construção de uma área - o valor inicial do Cepac, de R$ 410,00 (US$ 251,5), saltou para R$ 1,11 mil (US$ 681) após uma disputa acirrada para ganhar o direito de construir mais. Considerando apenas oito das empresas que abriram capital nos últimos anos, o estoque de terreno soma mais de R$ 78 bilhões (US$ 47,9 bilhões) em VGV (Valor Geral de Vendas) que corresponde ao potencial de vendas do que pode ser desenvolvido naquelas áreas.