03/10/14 13h50

Incentivo tenta criar parque tecnológico de aviação e defesa

Prefeitura anuncia pacote de incentivos para estimular parque tecnológico nesses dois setores

Correio Popular - Campinas

Prefeitura de Campinas anunciou ontem um pacote de incentivos fiscais que irá criar condições de formar em Campinas um parque tecnológico de defesa e de aviação civil.

Projetos de leis enviados à Câmara pelo prefeito Jonas Donizette (PSDB) reduzem a alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) dos atuais 5% para 2% e dá isenção de IPTU para empresas de base tecnológica de várias áreas, incluindo as startups (empresas nascentes que possuem projetos inovadores) e também para as já consolidadas - inclusive as 1,2 mil instaladas na cidade. A redução das alíquotas implicará em renúncia fiscal de R$ 42 milhões em 2015 que, segundo o prefeito, serão recuperados com os investimentos que serão atraídos e com o aumento na fiscalização contra sonegação do ISS.

Jonas disse que o plano não é competir com São José dos Campos, que tem uma indústria aeronáutica consolidada, e sim aproveitar o Aeroporto Internacional de Viracopos para atrair as empresas que trabalham com tecnologia embarcada nas aeronaves. Os incentivos valerão para centros de treinamento de aviação civil, fabricantes de aeronaves, partes e peças, materiais de reposição, manutenção ou reparo de aeronave e instrumentos de tecnologia aeroespacial.

Campinas também vem atraindo investimentos em tecnologia de defesa graças aos institutos de pesquisa instalados na cidade - e Jonas acredita que a redução do ISS será importante para formar um parque tecnológico desse setor no município.

O Exército, por exemplo, está fazendo investimentos iniciais de R$ 17 milhões no Centro de Pesquisae Dese nvolvimento (CPqD) em um projeto de rádio definido por software (RDS) que pretende dar às Forças Armadas o que os técnicos chamam de “interoperabilidade” nas comunicações via rádio - ou seja, um navio, por exemplo, pode se comunicar com um avião e com uma tropa em terra com segurança.

Também estão em Campinas duas subsidiárias da Embraer Defesa & Segurança: a Savis Tecnologia e Sistemas e a Bradar, que vão entregar, até 2015, o mais moderno sistema integrado de monitoramento de fronteiras do País, o Sisfron - considerado um dos maiores programas militares no mundo.

Com a integração dos sistemas, a fronteira brasileira vai ganhar uma barreira eletrônica de 16,8 mil quilômetros de extensão e dar ao Exércitomeios tecnológicos para o combate ao tráfico de drogas, armas e pessoas e a exploração ambiental.
Por fim, o Exército está retomando o projeto de instalar em Campinas um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia de Informação. A Prefeitura havia reservado uma gleba de 23,8 mil metros quadrados no polo Ciatec 2 para a instalação, mas a falta recursos acabou impedindo o projeto.

Com isso, a Prefeitura revogou o decreto de utilidade publica para a área. O prefeito vem conversando com o Exército e sugeriu dois outros locais para a instalação do centro de pesquisa. Um deles é na Unicamp, dentro da gleba que deverá ser desapropriada pelo Estado para a ampliação da universidade, e outro na Fazenda Chapadão, na própria área do Exército.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Samuel Rossilho, a nova legislação de incentivos fiscais será bem mais simples que a atual, que é baseada em um sistema de pontos de difícil entendimento.

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Municipal, André Von Zuben (PPS), disse que pedirá regime de urgência na votação dos projetos, que passarão também por audiência pública para discussão e receber sugestões da comunidade.