30/03/10 11h11

Incentivo ao investimento terá mais US$ 44,4 bilhões

O Estado de S. Paulo

O governo federal garantiu para os últimos meses da gestão Lula uma nova safra de recursos subsidiados para as empresas tomarem empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Serão mais R$ 80 bilhões (US$ 44,4 bilhões) de financiamento que o BNDES poderá oferecer até o fim do ano com juros reais, já descontada a inflação, próximos de zero para os empresários que quiserem investir na compra de máquinas e equipamentos (bens de capital).

A conta para os cofres do Tesouro Nacional com o todo programa subiu para R$ 10,5 bilhões (US$ 5,8 bilhões) - que serão liberados ao longo de até oito anos, prazo dos financiamentos. Esse é o valor que o Tesouro terá de pagar ao BNDES para equalizar as taxas de mercado e os juros subsidiados oferecidos aos empresários nessa linha de financiamento, que foi criada no ano passado, quando a economia brasileira sofria o impacto da crise financeira internacional. Os R$ 80 bilhões (US$ 44,4 bilhões) se somam aos R$ 42 bilhões (US$ 23,3 bilhões) oferecidos inicialmente no programa. Se todos os recursos forem emprestados pelo BNDES até o final do ano, o governo terá garantido às empresas um volume total de R$ 122 bilhões (US$ 67,8 bilhões) de financiamento com taxas de juros bem mais baixas do que as oferecidas pelo mercado financeiro. Essa linha especial de financiamento iria terminar no final de junho e foi estendida até 31 de dezembro.

Apesar de estender o prazo, o governo optou por elevar as taxas de juros para esses empréstimos a partir de 1º de julho próximo. Mesmo assim as taxas de juros e as condições de financiamento da linha continuam extremamente favoráveis para os empresários. Basta lembrar que a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 8,75% ao ano e vai subir. As linhas com taxas de juros de 4,5% ao ano passarão para de 5,5%. Já as linhas que cobram hoje 7,5% de juros passarão a ter taxa de 8,5% ao ano. No caso das linhas Pró-Caminhoneiro e Inovação, a taxa de juros será mantida em 4,5% ao ano ao longo do ano.