08/02/11 11h02

InBrands compra VR Menswear e VR Kids

Valor Econômico

Após seis meses de negociação, a InBrands - grupo de moda do fundo Pactual Capital Partners (PCP) - adquiriu 100% das grifes VR Menswear e VR Kids, do empresário Alexandre Brett. A transação, cujo valor não foi divulgado, inclui também uma sociedade com Brett nas marcas Mandi e Juicy Couture, grife americana representada pelo empresário no Brasil. Trata-se da sexta aquisição da InBrands, que tentou comprar sem sucesso as grifes de Brett há cerca de três anos. A receita da VR no ano passado somou R$ 140 milhões (US$ 79,6 milhões), sendo que o crescimento médio dos últimos anos vem sendo de 25%.

Com 44 lojas espalhadas no país, a VR Menswear surgiu em 1989 como uma "marca filhote premium" da Vila Romana. A grife masculina Vila Romana pertencia à família de Brett e foi vendida a um grupo holandês, após acumular dívidas na época do Plano Collor. A família Brett - conhecida no setor de vestuário por ter trazido ao país renomadas grifes internacionais como Zegna, Pierre Cardim e Calvin Klein - ficou com a VR.

Com a aquisição da VR, a InBrands espera chegar em dezembro de 2011 com receita bruta de R$ 800 milhões (US$ 470,6 milhões) e margem Ebtida de 20% a 25%. Nesse valor estão considerados o faturamento de suas 11 grifes, que juntas passam a ter mais de 260 lojas espalhadas no país, e o crescimento orgânico das marcas. "Estamos em negociação com outras marcas. Um 'target' [objetivo] é uma marca feminina para compor o nosso portfólio", disse Bruno Medeiros, CEO da InBrands. Hoje, o grupo tem presença nos segmentos de jeans (Ellus), lifestyle (Richards), moda praia (Salinas), masculino (VR) e moda de vanguarda (Isabela Capeto e Herchcovitch; Alexandre).

Medeiros não revela quanto tem em caixa para novas aquisições e reforça que não faltam recursos. "Temos sócios capitalizados", explica o CEO da InBrands, referindo-se aos ex-sócios do banco Pactual que colocaram seus recursos no fundo PCP. Medeiros também não descarta a possibilidade de fazer um IPO (oferta inicial de ações). "Há alguns meses não havia esse pensamento [IPO] no grupo. Mas com os novos fatos, como o bom desempenho da [fabricante de calçados] Arezzo e o crescimento acelerado do setor de consumo, pensamos nisso. É uma forma de captar recursos mais rápido e acelerar nosso crescimento", disse o executivo.