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Illan se diversifica e vira private equity

Valor Econômico - 12/09/2007

Ele já tem BMW, Land Rover, Volvo, Audi e Porsche. Na semana passada, incorporou mais uma marca: a Toyota, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O sonho do empresário Henry Visconde, da Illan Participações.é montar uma grande rede de revendas de carros premium, cruzando uma grande avenida imaginária da rica Ribeirão Preto, passando pelo Triângulo Mineiro até atingir Goiás, regiões por onde fervilham o "boom" agrícola. Segundo de três irmãos, Henry, de 43 anos, ajudou a fundar, com a família Visconde, o laboratório farmacêutico Biosintética em 1984. A holding Illan foi criada para administrar os interesses de Henry na empresa da família. Depois da venda da farmacêutica dois anos atrás, por estimados R$ 500 milhões (US$ 205,4 milhões), a Illan virou uma empresa de private equity, com participações em diversas empresas de capital fechado. Essas companhias, que empregam 700 pessoas, faturam mais de R$ 450 milhões (US$ 230,3 milhões) em ramos variados. Além da rede de concessionárias de veículos, os negócios incluem uma empresa de software, uma fabricante de pasta de dente, uma indústria de medicamentos, um centro de vivência para idosos ricos e até restaurantes do badalado chef Sergio Arno, como o La Vecchia Cuccina, em São Paulo, e o Duets, em Ribeirão Preto. Para reforçar os negócios, a Illan fechou um acordo operacional com a Hedging-Griffo, administradora de recursos de terceiros, para identificar oportunidades de investimento, como fusões e aquisições, "club deals" e reorganizações societárias. "Fizemos o caminho inverso da maioria dos gestores, que é gerir recursos de terceiros para depois estender a atuação para os negócios da família", diz Nakamura. Nos atuais negócios da Illan, Henry tem seu irmão mais velho, Omilton, como sócio na empresa de produtos hospitalares, que está erguendo a maior fábrica de soros da América Latina. Com o irmão mais moço, Marcel, Henry possui uma fatia de 5% da importadora oficial da Porsche no Brasil.  A Illan prevê crescer também no segmento de informática. A Sydeco, criada na metade dos anos 90, era uma área da Biosintética, tornando-se uma empresa própria, no desenvolvimento de sistemas de software de gestão. "Há muito espaço para a consolidação neste setor", diz Henry Visconde. A empresa tem intenção de fazer uma aquisição até o fim deste ano. Outro negócio é o Hiléa, o centro de vivência de alto luxo para idosos, que prevê tornar-se uma operadora deste tipo de empreendimento. Com uma arquitetura especial, o centro reúne quartos, áreas de convivência e lazer, hospital, consultórios com médicos especializados no atendimento aos idosos. A primeira unidade-piloto será inaugurada no fim deste mês no bairro do Morumbi, em São Paulo.