14/04/10 14h21

Ihara busca dobrar participação em defensivos

Valor Econômico

De olho no potencial de crescimento do mercado de defensivos agrícolas diante do aumento da produção nacional, a brasileira Ihara tem planos nada modestos para sustentar sua expansão no país. Nos próximos cinco anos a empresa, controlada por um grupo de indústrias químicas do Japão, planeja investir de forma mais agressiva do que vinha fazendo até agora. Hoje, com uma fatia de 3,5% do mercado nacional de defensivos agrícolas, a empresa trabalha com a meta de dobrar essa participação nos próximos cinco anos e chegar a pelo menos 7% do mercado. Mais confiantes na estabilidade econômica do Brasil e com grandes expectativas em relação ao potencial agrícola, os controladores já liberaram US$ 26 milhões para serem investidos até 2014.

Os investimentos seguirão basicamente duas linhas, uma de curto e outra de médio prazo. Já em 2010, a empresa fará mudanças estruturais em sua sede, em Sorocaba (SP). Além da área administrativa está prevista a construção de uma terceira linha para formulação dos produtos. Para essas obras estão projetados recursos de US$ 6 milhões. No médio prazo, quando os demais US$ 20 milhões serão aplicados, a empresa aposta em projetos multiparticipativos, o que inclui parcerias com centros de pesquisa e universidades, tanto na área química quanto agronômica. Além disso, a Ihara vai ampliar sua estação experimental de Sorocaba com objetivo de acelerar as pesquisas realizadas no Brasil. "Consideramos a possibilidade de termos mais estações experimentais no Brasil para ganhar tempo. Temos uma linha grande de produtos e pretendemos acelerar os testes em várias regiões do país", afirma o novo presidente da Ihara, Julio Borges Garcia

A Ihara fechou 2009 com um faturamento de US$ 233 milhões, dentro de um mercado que movimentou aproximadamente US$ 6,6 bilhões no Brasil, segundo estimativas do setor. Para este ano, a expectativa da empresa é de uma receita de US$ 300 milhões, alta de quase 30%. Para os próximos cinco anos, a meta é chegar aos US$ 500 milhões. "Estamos entre as dez maiores empresas do mercado de defensivos do Brasil e sentimos que existe demanda para uma assistência técnica diferenciada e é onde pretendemos atuar", diz o presidente da companhia.

Para alcançar essas metas, a Ihara já está promovendo algumas mudanças. A Ihara deverá ter 100% do seu capital nas mãos dos japoneses, que já controlam a empresa, até o fim de 2010. Hoje, cerca de 20% do capital da Ihara está com empresas brasileiras, que nos últimos anos têm vendido aos poucos suas ações para Nippon Soda, Sumitomo Corporation, Kumiai Chemical e Agroinvest Kayatani, atualmente, as principais acionistas. A Ihara também pretende crescer com o investimento em novos produtos para culturas pouco exploradas. E com as mudanças, os produtos para soja devem se consolidar como líderes, ampliando sua participação dos atuais 30% para 50% das vendas da Ihara nos próximos anos. Os defensivos para milho e cana-de-açúcar deverão ficar na segunda e terceira colocação, ocupando o lugar do algodão que responde hoje por 36% das vendas.