IED atinge recorde em 2011 e supera projeções

Brasil Econômico

Investimento Estrangeiro Direto supera projeções do mercado e do BC, atingindo US$ 66,7 bilhões em 2011

O saldo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil atingiu recorde de US$ 66,7 bilhões em 2011, superando projeções do mercado e do Banco Central (BC).

O fluxo representou uma alta de 37,4% em relação ao ano anterior, e corresponde a 2,69% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em dezembro, o IED somou US$ 6,65 bilhões, após um saldo de US$ 4,1 bilhões no mês anterior, segundo dados do BC.

O IED supõe o ingresso de capital estrangeiro de longo prazo, para realizar investimentos produtivos na economia; em contrapartida a investimentos em carteira.

A previsão da autoridade monetária era que o saldo atingisse US$ 65 bilhões no acumulado do ano. Já o mercado previa um saldo acima de US$ 63,7 bilhões, de acordo com a última pesquisa Focus divulgada pelo BC.

Vale lembrar que, no início de 2011, as primeiras estimativas do BC apontavam que o IED alcançaria apenas US$ 55 bilhões no ano.

No ano, os empréstimos intercompanhias somaram US$ 11,8 bilhões, enquanto a participação no capital de empresas brasileiras somou US$ 54,8 bilhões.

O saldo superou com folga o déficit em conta corrente brasileiro. Em 2011, o saldo de transações entre o Brasil e o resto do mundo foi negativo em US$ 52,6 bilhões, ou 2,12% do PIB.

Em comparação, os investimentos estrangeiros em carteira somaram ingressos líquidos de US$ 17,5 bilhões no ano de 2012.

Para 2012, está prevista uma desaceleração nesse fluxo de investimentos diretos, que já não serão suficientes para cobrir o déficit de transações correntes.

O mercado estima uma entrada de US$ 55 bilhões nesses investimentos, enquanto o BC estima um fluxo de US$ 50 bilhões.

Ao mesmo tempo, o mercado estima um déficit de US$ 65,9 bilhões na conta corrente neste ano, e o BC projeta um déficit de US$ 65 bilhões.