27/06/12 17h28

IDE cresce 840% nos últimos cinco anos

Valor Econômico

Em cinco anos, os investimentos diretos estrangeiros (IDE) em infraestrutura no país aumentaram 840%, passando de US$ 1,93 bilhão, em 2007, para US$ 18,16 bilhões no ano passado. Esse montante corresponde a 26,1% dos US$ 69,53 bilhões de IDE que ingressaram ao país em 2011, fatia pouco acima dos 25,7% verificados em 2010 - um dos melhores resultados desde o fim das privatizações na infraestrutura brasileira.
 
Trata-se de um valor importante, substantivo, mesmo considerando que uma parte significativa desse volume represente compras de participação acionária em empreendimentos e empresas aqui instaladas, afirma Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
 
Estimativas da Abdib mostram que, em volume absoluto, os setores de petróleo e gás natural continuarão a receber a maior parcela dos investimentos estrangeiros em infraestrutura, sobretudo, de acordo com o presidente da entidade, pela pujança do orçamento de investimento da Petrobras. Historicamente, a carteira de projetos das empresas petrolíferas tem representado quase metade de tudo o que tem sido investido na infraestrutura brasileira.
 
No ano passado, por exemplo, o setor de petróleo - não inclui refino - recebeu US$ 5,96 bilhões, ou 8,6% do montante destinado ao segmento. Mas ele foi superado pela área de telecomunicações, que abocanhou US$ 6,7 bilhões (9,6%). Energia elétrica captou US$ 3,34 bilhões (4,8%). Construção e transporte, além de holdings não-financeiras, receberam US$ 2,17 bilhões (3,1%). Saneamento básico, considerado o primo pobre do setor, não recebeu do exterior sequer um tostão em 2010 e 2011, segundo dados levantados pela Abdib, com base em informações do BC.
 
De acordo com Godoy, os últimos dados estatísticos disponíveis mostram que os investimentos nessa área atingiram em 2010 aproximadamente R$ 7,5 bilhões (preços atualizados), ante R$ 3,9 bilhões em 2003. Apesar do crescimento vigoroso, o montante investido em água e esgoto em cada ano representou, no máximo, metade do valor mínimo anual para atingir a universalização do atendimento no longo prazo, explica Godoy.
 
Em relação a outros segmentos, a Abdib avalia que os recentes leilões de concessão realizados em áreas como aeroportos e telecomunicações devem exercer um impulso na curva de recursos externos e domésticos nesses segmentos. Os investimentos em infraestrutura, incluindo recursos públicos e privados, aumentaram de R$ 63 bilhões, em 2003, para R$ 170 bilhões no ano passado.