28/07/11 14h38

IBM une laboratórios de pesquisa

Brasil Econômico

Há algum tempo a IBM tem demonstrado que o foco para crescer no país é a inovação. Centenária, a empresa tem investido em novos laboratórios de pesquisa, a exemplo do que foi instalado no país este ano, o nono da IBM no mundo e primeiro da companhia no Hemisfério Sul. Agora, a meta é integrar os nove laboratórios existentes no mundo, que ficam nos Estados Unidos, China, Israel, Índia, Japão, Suíça e Brasil, para trazer ao país novas tecnologias. O foco são o desenvolvimento de serviços ligados à acessibilidade, educação e segurança pública.

Um dos primeiros projetos já feitos no modelo de colaboração internacional foi o sistema de comunicação que está sendo utilizado por trabalhadores rurais na Índia. Eles receberam celulares para, por exemplo, fotografar pragas e enviar a um computador, dando comandos via voz para que o PC remoto procure em seu banco de dados qual o tipo de praga. O projeto piloto em parceria com o governo da Índia e a IBM que foi desenvolvido em conjunto por Estados Unidos, Japão e Índia, algo  que antes  não acontecia. “Antes os outros países só ficavam sabendo dos problemas depois de resolvidos”, diz Sergio Borger, diretor de estratégia da IBM Brasil.

Atualmente, 3 mil pessoas trabalham nos laboratórios da IBM no mundo desenvolvendo solução para problemas relacionados, principalmente, a necessidade de crescimento das empresas. No Brasil, uma das especialidades dos pesquisadores é a computação em nuvem, por meio da qual Borger acredita que será possível replicar o modelo do centro de controle de operação implementado pela  IBM no Rio de Janeiro.

O centro, inaugurado em dezembro do ano passado, concentra dados de 30 órgãos municipais, além de transporte e concessionárias de energia elétrica e gás. “É possível fazer com que estes sistemas não precisem rodar em máquinas físicas e, assim, vender o sistema como um serviço para várias instituições ao mesmo tempo”, afirma.

No Brasil, no entanto, a inovação nem sempre esteve em pauta. Durante 91 anos, até 2008, a filial brasileira havia registrado apenas quatro patentes. Porém, hoje o Brasil tem posição de destaque no cenário global.

No ano passado, o país foi o terceiro no ranking mundial de patentes registradas na área de serviços, atrás apenas de Estados Unidos e Japão. A integração dos laboratórios visa intensificar essa nova postura.

“Serviço como ciência”
Os resultados globais do segundo trimestre da IBM apontaram que a unidade de serviços globais, na qual os laboratórios estão focados, respondeu pela maior fatia do faturamento no período. Foram US$ 10,2 bilhões, um aumento de 11% sobre o mesmo trimestre do ano anterior.

Segundo Scott Hopkins, líder global da área de serviços da IBM, um dos focos mundiais da área é o segmento de serviços voltado para o que a empresa chama de “smarter planet”, planeta inteligente em inglês, envolvendo, por exemplo, análise de dados. 

“Nós criamos a ideia do serviço como uma ciência”, afirma o executivo, argumentando que a ideia de pesquisa sempre foi muito direcionada para hardware na indústria. “É um modelo diferente do tradicional”.