25/03/11 11h47

IBM reformula modelo de terceirização de serviços

Valor Econômico

A IBM reestruturou sua oferta de serviços de terceirização, como parte da estratégia para dobrar a receita global com essa área em cinco anos. A meta é sair de um faturamento de US$ 38,2 bilhões em 2010 para US$ 58 bilhões até 2015. O novo modelo foi lançado esta semana nos Estados Unidos, na União Europeia, no Brasil, na Austrália e na Índia, e será replicado para os 40 países onde a IBM mantém centros de serviços terceirizados, até o fim do ano. Basicamente, serão oferecido quatro blocos básicos de serviços terceirizados. As companhias pagam um valor pré-combinado pelo uso das tecnologias envolvidas. Se exceder esse uso, compra um bloco adicional.

A diretora de terceirização de infraestrutura da IBM Brasil, Ana Paula Assis, afirma que o novo modelo permitirá reduzir o tempo de instalação de sistemas em 60% e reduzir os custos de manutenção em 50%. A terceirização de serviços de tecnologia da informação (TI) não é nova, mas só se transformou em uma fonte de receita vital para as grandes companhias do setor mais recentemente. A IBM tornou-se um exemplo dessa tendência ao mudar seu foco de negócio, antes concentrado em equipamentos, para a área de serviços. Na concorrência estão principalmente as gigantes indianas de terceirização, como Tata Consultancy Services (TCS), Wipro, Mahindra Satyam e HCL.

O mercado, diz Ana Paula, voltou-se para um modelo mais enxuto. Para as áreas de negócios que exigem uso intenso de TI, como o controle de uma área de produção, as empresas de tecnologia oferecem pacotes de produtos e serviços exclusivos. Para outras áreas, que têm picos de uso, são oferecidos pacotes compartilhados. O modelo em blocos foi testado com mil clientes no mundo, incluindo o Brasil. "Hoje, no país, a IBM possui 100 clientes de outsourcing e mais 100 clientes internacionais para os quais a companhia presta serviços a partir do centro de dados de Hortolândia, no interior de São Paulo", diz a executiva.

A IBM não divulga dados por país, mas, de acordo com Ana Paula, 50% da receita gerada com serviços provém dos países emergentes. Esses países crescem de 1,5 vez a 2 vezes mais rapidamente que a média global. O mercado brasileiro de serviços de terceirização cresceu nos últimos anos a uma taxa média de 10% ao ano e vai manter o ritmo neste ano, de acordo com dados da consultoria IDC. "No Brasil essa área responde por aproximadamente 50% da receita da IBM e certamente o país terá um papel importante na meta de expansão da área de outsourcing da companhia", afirma Ana Paula.