17/04/08 10h35

Hypermarcas capta cerca de US$ 400 milhões com IPO

O Estado de S. Paulo - 17/04/2008

A empresa de produtos de consumo Hypermarcas conseguiu reabrir o mercado de IPOs (oferta pública inicial de ações) na Bolsa de Valores de São Paulo. A empresa conseguiu captar cerca de R$ 700 milhões (US$ 400 milhões) em sua oferta. Na sexta-feira, a empresa deverá estrear no Novo Mercado da Bolsa, sob o código HYPE3. O mercado estava praticamente paralisado por causa da crise financeira internacional. Só neste ano, 17 empresas desistiram de fazer ofertas de ações. Outras 11 empresas pediram à CVM a suspensão temporária de suas ofertas. Quando a Hypermarcas se lançou ao mercado, muitos analistas financeiros duvidaram que seria capaz de concluir seu IPO. A oferta da Hypermarcas e da grife Le Lis Blanc - ainda em andamento - são vistas como o grande teste de mercado de 2008. O resultado da oferta indica duas tendências. A primeira é que ainda existem oportunidades para empresas grandes, com boa geração de caixa. Controlada pelo ex-dono da Arisco, João Alves de Queiroz Filho, a Hypermarcas tem vários produtos de consumo, de giro rápido. É dona de marcas de higiene e limpeza, alimentos, medicamentos e cuidados pessoais, como Assolan, Etti, Doril, Monange e Engov. A empresa fatura R$ 2 bilhões (US$ 1,14 bilhão) por ano. Estima-se que seu valor de mercado seja de R$ 3 bilhões (US$ 1,71 bilhão). A outra tendência revelada pela oferta é que mesmo para empresas poderosas as condições de mercado continuam difíceis. No início do processo, a expectativa da Hypermarcas era obter um preço de R$ 22 (US$ 12,6) por ação. O valor final ficou por volta de R$ 17 (US$ 9,7). Caso tivesse conseguido o preço inicial, a Hypermarcas teria captado R$ 769,3 milhões (US$ 439,6 milhões), ou R$ 70 milhões (US$ 40 milhões) a mais do que agora. A compra de empresas e marcas será o principal objetivo da Hypermarcas com sua oferta de ações. De acordo com prospecto preliminar sobre a operação, a empresa pretende aplicar nessa estratégia de expansão 60% dos recursos obtidos na emissão primária de papéis. Os demais 40% serão destinados a marketing e lançamento de produtos.