06/08/13 15h51

Hotelaria Brasil planeja investir R$ 300 milhões

Valor Econômico

A Hotelaria Brasil, gestora de hotéis que faturou R$ 47 milhões em 2012 com sete empreendimentos, vai acelerar o programa de crescimento este ano com o início do ciclo de investimentos que somam R$ 300 milhões até 2016 e contempla o lançamento de bandeiras próprias e novas unidades da rede internacional Best Western no Brasil na região Sudeste.
 
"Nosso plano deve ganhar em 45 dias quatro ou cinco novos empreendimentos em São Paulo", afirmou o sócio-diretor Mauro Kaluf. "O que temos hoje é um portfólio de contratos assinados, mas a Incortel, gestora da rede internacional Best Western no Brasil, está em constante negociação", disse ele, referindo-se à possibilidade de o número de novos hotéis ir além de quatro ou cinco.
 
O número de hotéis que a empresa criada há dez anos gerencia vai saltar dos atuais sete para 18 até 2016, passando de 852 para 2166 apartamentos. Esses contratos já assinados vão demandar investimentos da ordem de R$ 300 milhões. Desses recursos, a maior parte será bancada por investidores, por meio do sistema de condomínio, e R$ 23 milhões dos sócios da empresa.
 
Dos 11 lançamentos previstos até 2016, nove integram a expansão da Best Western no Brasil. O grupo americano que tem 4 mil empreendimentos em cem países planeja atingir 30 hotéis no país em 2016. "Os contratos assinados estão concentrados no Rio de Janeiro, mas quando um pacote for fechado em São Paulo, esses números aumentam", diz Kaluf.


Dos empreendimentos cujos contratos já estão assinados, seis estão em território fluminense: Itaguaí, Niterói, Rio das Ostras, Cabo Frio e Rio de Janeiro (2).


"O Estado do Rio tem o terreno mais caro do país, mas as taxas de ocupação chegam a ser 20 pontos percentuais superiores às de São Paulo, por exemplo, e as tarifas até 30% maiores", afirmou o sócio-diretor da Hotelaria Brasil. Segundo Trivago, um site para procura de hotéis, o preço médio da tarifa em julho atingiu R$ 499 no Rio de Janeiro. Em São Paulo foi de R$ 387.


Parte dos investimentos vai ser voltada para empreendimentos que levarão bandeiras da própria Hotelaria Brasil: a que tem foco na classe econômica, Matiz, e a super econômica Unna.


A marca própria Matiz, que já batiza um hotel em Guarulhos (SP), terá nova unidade em Campinas a partir de 2015. "É nossa marca de conversão para hotéis que querem aderir a uma rede de bandeira, mas não consideram vantagem assumir custos de redes internacionais", dez Kaluf.


A Hotelaria Brasil lançou também uma segunda marca, a super econômica Unna Hotéis, com previsão de começar a operar em 2014, também em Guarulhos, com orçamento de R$ 32 milhões. "Vamos focar o público de passageiro das companhia aéreas que demandam pernoites em casos como atrasos de voos, além de jovens executivos que demandam tecnologia", diz Kaluf sobre a rede que vai operar tarifas entre R% 150,00 e R$ 160,00.


O grupo negocia com investidores institucionais recursos para tornar essa bandeira nacional. "Mas temos ciência que esse segmento precisa se provar. O que vai levar de dois a três anos".


A Hotelaria Brasil criou ainda uma unidade específica para avaliar diferentes oportunidades que surgem nos diferentes segmentos em que atua - gestão de bandeira própria ou de terceiros - que terá escritórios regionais nas principais capitais do país. "Foi o caso da parceria mais recente fechada pelo grupo, em Minas Gerais, com o Thess Hotéis, em Belo Horizonte", disse Kaluf.
Com a chegada desse empreendimento em Minas Gerais, o grupo ampliou em 4 % o faturamento bruto anual e em 9% o total de quartos administrados.