Hospital privado amplia receita com atendimento em consultório próprio
Gazeta Mercantil - 30/10/2006
Os hospitais estão deixando de ser meros prestadores de serviços a pacientes internados e começam a investir em atendimentos em consultórios hospitalares, que cresceu 18% no último ano, passando de 5.545 consultas para 6.544. Fatores como a redução da média de permanência nos hospitais explicam essa tendência. Além disso, o número de consultas de emergência que geram internação também caiu. Dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mostram que, em 2004, 8,2% das consultas levaram a internação. Em 2006, esse número caiu para 6,2%. A Maternidade Pro Matre, em São Paulo, é um exemplo. Paralelamente à reforma do hospital, que consumiu recursos de US$ 11,6 milhões e foi encerrada com 83 leitos, sendo 60 normais e 47 da UTI (unidade de terapia intensiva) neonatal, a empresa está investindo na construção de um novo edifício, exclusivo para atendimento. A Pro Matre ainda não divulga o valor investido. Assim como os consultórios, as áreas de UTI também têm recebido atenção de investimentos das redes hospitalares. A forma mais eficiente de aumentar a receita é investir em qualidade. Certificados de acreditação como o ONA (Organização Nacional de Acreditarão) e o da Joint Commission International (JCI) colocam as redes de hospitais na mira. Apenas três hospitais brasileiros já foram certificados pela JCI, o Samaritano, o Hospital Israelita Albert Einstein, ambos de São Paulo, e o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre. Na região Sudeste, os convênios respondem por 88% do faturamento, contra 11% de particulares e apenas 1% do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as operadoras de saúde complementar, a medicina de auto-gestão responde por 46,8% do faturamento da demanda; seguido das seguradoras, com 20,3% e da medicina de grupo, 26,3%. As cooperativas têm a menor participação, 6,6%.