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Hospital do Câncer vai abrir filiais

Valor Econômico - 03/06/2008

Depois de reestruturar suas dívidas, fazer reformas em infra-estrutura e elevar os investimentos com publicidade, o hospital A.C. Camargo, também conhecido como Hospital do Câncer, se prepara para expandir. Além da construção de dois novos prédios junto à sua sede, anunciados em fevereiro deste ano, o hospital planeja criar unidades de atendimento espalhadas pela cidade e crescer com o ensino à distância. Segundo Irlau Machado, presidente da instituição, até o fim de 2009 serão inauguradas três unidades de atendimento ambulatorial em bairros estratégicos de São Paulo. O executivo não divulga as localidades, mas afirma que elas estão sendo definidas conforme o tamanho da demanda de cada uma, com base nos dados que o hospital tem sobre os pacientes que atende. De início, as unidades vão oferecer consultas e tratamento de quimioterapia. "O objetivo é capilarizar a estrutura e levar o hospital para perto do público", diz Machado. Uma estratégia parecida foi criada pelo hospital Albert Einstein, localizado no bairro do Morumbi. Nesse caso, a instituição abriu três unidades de diagnóstico e pronto-socorro em locais nobres da capital - Ibirapuera, Jardins e Alphaville - que servem para disseminar a marca e captar novos pacientes. Com essa estratégia, o A.C. Camargo quer alcançar especialmente os pacientes "particulares", ou seja, aqueles que não são clientes de convênios ou atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e por isso pagam mais pelos serviços. Há três anos, segundo Machado, apenas 1% dos pacientes eram particulares, mas hoje a proporção chega a 10%. Outros 60% são do SUS e 30%, dos convênios. Outro plano do A.C. Camargo é oferecer cursos à distância sobre oncologia para profissionais da saúde. O hospital já tem 20 pólos de ensino espalhados pelo Brasil e está finalizando a montagem de um estúdio em sua sede, em São Paulo, para gravação das aulas. Até o fim de 2010, devem ser investidos R$ 100 milhões (US$ 61,35 milhões) em expansão, pesquisa e ensino. A instituição tem cerca de R$ 50 milhões (US$ 30,7 milhões) em caixa e financiamento de R$ 25 milhões (US$ 15,3 milhões) do BNDES. Machado afirma que o hospital deve buscar mais um empréstimo.