10/06/08 12h00

Honda elevará capacidade de produção em 20%

Valor Econômico - 10/06/2008

Ao se tornar auto-suficiente na produção dos motores dos automóveis que fabrica no Brasil, a Honda se prepara agora para dar mais um salto na capacidade industrial. A partir de agosto, a montadora terá capacidade de produzir um adicional de 100 veículos por dia. Isso significa um acréscimo próximo de 20% na média de hoje, segundo disse ao Valor o diretor da Honda Automóveis do Brasil, Horácio Natsumeda. Quando começou a funcionar, em 1997, a fábrica, em Sumaré, interior de São Paulo, produzia 60 carros por dia. Desde outubro passado, a mesma fábrica opera com médias de 500 a 550 unidades. Agora, a auto-suficiência na produção total do motor, considerado o coração do carro e até aqui feito com peças importadas do Japão, é que abrirá caminho para a filial brasileira dar passos mais largos para elevar a capacidade. Esse aumento no ritmo da linha, de mais 100 veículos por dia, a partir de agosto, exigirá mudanças estruturais, recursos em novas máquinas e contratação de pessoal. Um novo prédio teve de ser erguido para abrigar o setor de solda, deslocado da área principal para dar lugar a novas máquinas. Natsumeda diz que será preciso eliminar gargalos com a compra de novas injetoras de plástico, por exemplo. O número de contratações previstas apenas nessa nova fase de crescimento soma 400. Equivale ao número de empregados na data da inauguração. Hoje são 2,5 mil trabalhadores. No entanto, mesmo com o aumento da capacidade, essa fábrica vai ficar no limite. Hoje, a produção de dois modelos - o sedã Civic e a minivan Fit - é feita em três turnos. Se decidir aumentar mais a produção no Brasil, a Honda não terá outra opção a não ser definir um novo programa de investimentos. Até agora, a empresa acumula US$ 542 milhões em recursos já aplicados na fábrica de automóveis brasileira. O prédio construído especialmente para abrigar a linha de motores, inaugurado ontem, absorveu investimento de R$ 130 milhões (US$ 79,8 milhões) e abriu 180 novos empregos. A linha de motores também funcionará em três turnos para produzir 13,5 mil unidades por mês inicialmente e 16,5 mil na segunda fase, no próximo ano, quando passará a ser também a fornecedora dos motores para a nova fábrica na Argentina.