12/11/10 11h41

Hidrelétricas terão incentivo para ampliar capacidade de geração

Valor Econômico

As usinas hidrelétricas brasileiras receberão incentivo econômico para expandir a atual capacidade instalada. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai propor, até junho de 2011, um modelo a partir do qual pretende disciplinar a fórmula de incentivo para esse tipo de investimento. Como toda a conta do setor elétrico, essa também deverá ser paga pelos consumidores. Com o mecanismo, a agência espera estimular investimentos que resultem no aumento de 4.600 MW da capacidade instalada no país, mais do que uma usina do rio Madeira. O número é apenas uma projeção, podendo ser maior.

A principal vantagem é o ganho de nova energia para abastecer o país, sem os impactos ambientais e sociais de uma usina nova. Outra vantagem é o aumento da confiabilidade do sistema elétrico nos chamados "horários de pico'', período entre às 18h e 21h, em que o consumo de energia dispara no país.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela gestão do setor elétrico nacional, afirma que o país tem hoje capacidade instalada para abastecer o chamado "horário de pico", mas reconhece que o estímulo para ampliar a capacidade atual dará mais confiabilidade ao sistema. Hoje, o país tem uma base instalada total (hidrelétricas, termelétricas, eólicas e nuclear) de 110 mil MW, e a carga necessária para energizar a rede é, em média, de 55 mil MW. Mas o aumento da demanda tende a expandir a necessidade nos horários de ponta. Em fevereiro, o país atingiu picos de consumo superiores a 70 mil MW.

Segundo Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, até 2014 o país tem folga de 35% a 40% nas usinas para atender o horário de alto consumo. Isso se reduz bastante no período seco, quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos, momento em que a demanda nos horários mais críticos é abastecida com as termelétricas. "Mesmo assim, não temos problemas para atender o "horário de pico", mas criar um incentivo para expandir essa base é uma iniciativa positiva'', afirma Chipp.