12/01/10 11h24

Heineken compra a Femsa, dona da Kaiser, por US$ 7,6 bilhões

O Estado de S. Paulo

O grande xadrez da consolidação do mercado mundial de cerveja teve ontem um novo lance. A holandesa Heineken, terceira maior cervejaria do mundo, anunciou a compra da cervejaria mexicana Femsa, que controla no Brasil a Kaiser. O negócio, fechado totalmente via troca de ações, chega a US$ 7,6 bilhões, incluindo as dívidas da Femsa, que chegam a US$ 2,1 bilhões. Além disso, pelo acordo, os controladores da Femsa passam a deter cerca de 20% do capital da Heineken. A compra, porém, ainda não é suficiente para a Heineken assumir o segundo lugar entre as maiores cervejarias, atualmente com a britânica SABMiller (a maior é a belgo-brasileira AB InBev).

O acordo deve fortalecer a presença da fabricante holandesa na América Latina e seu portfólio de marcas internacionais, ao mesmo tempo em que protegerá sua posição no mercado de importação americano. O executivo-chefe da Heineken, Jean-François van Boxmeer, destacou que a compra "oferece oportunidades para a aceleração das vendas nos mercados em rápido crescimento do Brasil e do México" e que o porcentual da geração proveniente de mercados emergentes vai subir de 32% para 40%. A cervejaria holandesa estima ainda que as sinergias de custo anuais chegarão a 150 milhões e espera concluir a transação no segundo trimestre deste ano.

No comunicado anunciando a compra, a Heineken destacou que o acordo dá ao grupo "a oportunidade de construir valor no Brasil, o segundo mercado mais lucrativo em cerveja do mundo". O portfólio da Femsa no País inclui Kaiser, Summer Draft, Bavaria, Xingu e Sol. Na avaliação dos diretores da Femsa, que classificaram a Heineken como a cervejaria "mais internacionalizada", a transação é complementar aos negócios das duas companhias, porque a integração possibilitará acesso a mercados emergentes antes não acessados pela Heineken e aos mercados desenvolvidos, que a Femsa não conseguia atingir.