Healthtechs: em dois anos, número de startups de saúde dobra no Brasil
No acumulado deste ano, os aportes nos negócios do setor já somam US$ 66,5 milhões. Dados são do último Distrito Healthtech Report, adiantado com exclusividade para PEGN
Pequenas Empresas e Grandes NegóciosAs healthtechs estão crescendo. A pandemia apenas deixou mais evidentes os diversos gargalos na saúde brasileira — e as oportunidades para startups do ramo. O país já tem 542 healthtechs, contra as 248 que existiam dois anos atrás.
Os dados são do último Distrito Healthtech Report, adiantado com exclusividade para PEGN. As informações saíram antes na 100 Startups to Watch, newsletter gratuita de PEGN sobre o mundo das startups.
As healthtechs brasileiras receberam US$ 430 milhões em capital de risco desde 2014. As três maiores rodadas pertenceram à Dr. Consulta (US$ 91,6 milhões, US$ 50 milhões e US$ 25,9 milhões). Em 2019, US$ 94,5 milhões foram investidos nas startups voltadas para a saúde. No acumulado deste ano, os aportes nos negócios do setor já somam US$ 66,5 milhões.
Uma parte se deve ao "efeito Covid-19", segundo investidores do ramo. "A pandemia acelerou transformações que já estavam em curso -- sejam nos hábitos de saúde das pessoas ou nas regulações", afirma Luiz Henrique Noronha, sócio da DNA Capital, gestora de recursos focada no setor de saúde. "Foram abertas mais oportunidades para inovação neste setor nos próximos anos.”
"São tempos bastante interessantes para quem empreende na área da saúde e também para os fundos de venture capital”, concorda Renato Valente, sócio da Iporanga Ventures. “Apesar de ser uma indústria bastante conservadora e regulada, o componente de mudança é muito poderoso. Empreendedores atentos são capazes de enxergar as oportunidades e criar soluções para os desafios desse mercado gigantesco.”
As empresas foram divididas pela Distrito em categorias: acesso à informação; big data e inteligência artificial; farmacêutica e diagnóstico; gestão e prontuário eletrônico; medical devices; relacionamento com pacientes; marketplaces; telemedicina; e wearables/IoT. A categoria mais comum é a de gestão e prontuário eletrônico: um quarto das healthtechs ajuda a administrar clínicas, hospitais e laboratórios.
Uma característica das startups de saúde é o longo tempo de amadurecimento. A maioria (50,8%) foi criada entre 2016 e 2020 e ainda está trilhando seus primeiros estágios de desenvolvimento. O mais comum é empregar até cinco funcionários (44,7%) ou entre seis e vinte funcionários (36,5%).
O Distrito também elencou as startups que mais se destacam no setor. O algoritmo leva em conta número de funcionários, crescimento no último ano, faturamento presumido via análise do CNPJ, investimento captado, acesso ao site e métricas de redes sociais. As destacadas foram Cmtecnologia, ConsultaJá, Dr. Consulta, Labi, Magnamed, Memed, Sanar, SiM, Vitta e Vittude.