21/05/10 11h35

Há setores "batendo no teto", diz presidente da CNI

Valor Econômico

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse ontem que há setores industriais com uso da capacidade instalada "batendo no teto, que já não têm mais como ir além". Ele ponderou que também há indicadores apontando um ritmo mais forte de investimentos, "de modo que ainda não se vê pressão inflacionária". Questionado se a economia brasileira vive um superaquecimento, Monteiro Neto disse que, do ponto de vista do indicador referência da CNI, o uso da capacidade instalada, a maioria já está retomando níveis pré-crise mundial, ao redor de 83%. "Ainda há margem para que a indústria suporte esse ritmo de crescimento evidenciado nos últimos trimestres", disse ele.

Segundo a área econômica da CNI, entre os setores que apresentam maior aquecimento estão aqueles voltados para a demanda doméstica, como bens duráveis, alimentação, vestuário e também de bens de capital retomaram a alta. O que é positivo, segundo a CNI, por significar fim de estoques e retomada do parque fabril, estimulando novos investimentos. A CNI estima um crescimento real de 6% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 e de 5,5% para os próximos anos. Estimativas que, segundo Monteiro Neto, não estão muito descoladas das projeções do mercado, embora algumas apontem para mais de 7%. "Estamos no que os economistas chamam de recuperação cíclica, depois de a indústria amargar uma queda de 7,5% a 8% do PIB industrial no ano passado. Então, 2010 não pode ser um padrão para o ritmo de crescimento daqui para frente e, por isso, achamos que 5,5% é uma taxa que dará sustentabilidade e aumento de renda nos próximos anos", disse.