01/03/11 10h44

GVT planeja investir US$ 1,1 bilhão

Valor Econômico

A GVT planeja fazer investimentos de R$ 1,8 bilhão (US$ 1,1 bilhão) neste ano para bancar a expansão geográfica de sua rede de banda larga e ingressar no mercado de televisão por assinatura. O valor, 37% maior que o desembolso feito em 2010, revela que a operadora está se armando financeiramente para estrear nas duas capitais mais disputadas do país: São Paulo e Rio de Janeiro. A chegada a esses mercados será o ponto mais sensível de uma estratégia de crescimento que começou a ser desenhada há alguns anos e acelerou-se em 2010, quando a tele levou seus serviços ao interior paulista e ampliou sua presença no Nordeste.

A GVT, presente em quase cem municípios, definiu como meta atender mais 80 cidades nos próximos cinco anos. O objetivo é dobrar a participação da tele, no período, no mercado de banda larga, elevando sua fatia de 10% para 20% do total desses acessos no país. "Teríamos potencial para um crescimento maior e investir mais, se não houvesse um gargalo de mão de obra", afirmou ao Valor o presidente da GVT, Amos Genish. A operadora tem 600 vagas abertas para diversas funções, mas faltam profissionais. A companhia estuda a abertura de processos de seleção em outros países - como Portugal e Argentina - para recrutar funcionários.

Os três últimos meses de 2010 geraram a metade do lucro líquido anual: os ganhos obtidos de setembro a dezembro somaram R$ 162,3 milhões (US$ 92,2 milhões). Além do resultado operacional, o número reflete a queda nas despesas financeiras da companhia, que trocou dívidas em moeda estrangeira por contratos em reais. A receita avançou 46,1% e ficou em R$ 693,7 milhões (US$ 394,1 milhões). O presidente da GVT atribuiu o resultado a uma combinação de fatores. De um lado, a ampliação da cobertura feita pela companhia. Em 2010, a operadora passou a atender 13 novos municípios. De outro, está o lançamento de produtos. Essa tônica pode se repetir neste ano. No segundo semestre, a GVT vai lançar um pacote de 35 Mbps, "a preços competitivos", diz Genish.

Em outra frente, a GVT vai estrear no mercado de TV paga, com a transmissão de vídeos por meio da rede de internet (IPTV). A tele pode se beneficiar de conteúdos produzidos pelas empresas que têm participação acionária da Vivendi, como Universal e Canal Plus. A empresa espera que a mudança da legislação permita a oferta de grade completa de canais, e não apenas vídeo sob demanda.