Gühring expande produção no país
Valor Econômico
Com duas décadas de presença no Brasil, a multinacional alemã Gühring, de ferramentas, quer reposicionar sua marca no país. "Nós crescemos marginalmente no país nos últimos 20 anos e a Gühring ficou conhecida apenas pela linha de ferramentas de furação", disse o diretor-geral da empresa no Brasil, Jorge Jerônimo, em entrevista ao Valor.
A estratégia para crescer mais rapidamente no mercado brasileiro será uma combinação entre aumentar a capacidade produtiva, com investimentos de €12 milhões (cerca de R$ 31,2 milhões), e divulgar o setor de serviços, cujo principal produto é a gestão de estoques dos clientes.
O maior investimento produtivo será uma nova fábrica, em Salto, no interior paulista. A unidade receberá cerca de € 10 milhões (R$ 26 milhões) em investimentos e tem previsão de começar a operar no início do ano que vem. Cerca de dois terços desse valor irão para obras civis e um terço em maquinário.
"Pretendemos ter crescimento significativo no Brasil, nos próximos anos, e seria impossível com a estrutura que temos hoje em Diadema (SP)", disse Jerônimo. A fábrica de Diadema, atualmente a principal da companhia no país, tem 3 mil metros quadrados de área e capacidade de produzir 200 mil ferramentas por ano. O objetivo é transferir a unidade para Salto, que terá área de 14 mil metros quadrados e chegará à capacidade anual de 400 mil unidades até 2017, disse Jerônimo.
A empresa tem outra unidade em Joinville (SC), majoritariamente dedicada ao recondicionamento de ferramentas (que é um serviço oferecido aos clientes para dar uso mais prolongado ao equipamento). A unidade catarinense também tem produção, que oscila de 60 mil a 100 mil peças por ano. A partir de 2014, existem planos de investir cerca de € 2 milhões (R$ 5,2 milhões) para aumentar em 50% essa capacidade.
Por ser um grupo familiar, a Gühring não revela faturamento por país ou por região. As vendas globais atingiram € 700 milhões (R$ 1,8 bilhão), em 2012.
No Brasil, a meta da companhia é passar de um ritmo de crescimento anual de 15%, dos últimos anos, para 25% ao ano. A Gühring espera mais que dobrar as vendas no país, até 2017, disse Jerônimo. Segundo cálculos da empresa, ela tem uma fatia de 7% do mercado brasileiro de ferramentas rotativas - usadas em perfuração, como brocas, alargadores e fresas, e que são acoplados a máquinas ferramenta. O objetivo é chegar a 20% de participação, em quatro anos.
Entre os principais clientes da Gühring no país, estão montadoras, como Ford, Volkswagen e Mercedes-Benz, e fabricantes de autopeças. O setor automotivo responde por mais da metade das vendas. Com a divulgação do serviço de gestão de estoques, a empresa conseguiu novos clientes, como a Dril-Quip, de óleo e gás, disse o diretor. Essa é outra meta da companhia: diversificar os setores atendidos.