Guerra prepara mais investimentos em 2025 e flexibiliza fábricas
Empresa de implementos mantém ritmo de crescimento e usará aportes para melhorar processos produtivos em suas três unidades de olho nas oscilações do mercado
Automotive BusinessO ritmo de crescimento constante da fabricante de implementos Guerra faz a empresa aumentar suas apostas. A companhia, que voltou a operar em 2021, prepara mais investimentos para o ano que vem em busca de melhorar processos produtivos e ganhar mercado.
Em 2024, a Guerra fez aportes de R$ 60 milhões em suas três plantas: duas em Caxias do Sul (RS) e uma em Sumaré (SP). O investimento foi aplicado no desenvolvimento de eixos próprios - desde março - e também na adequação das linhas de montagem.
O principal objetivo foi tornar as fábricas mais flexíveis. As unidades gaúchas são mais voltadas para produção de aplicações basculante, graneleiro e tanque, enquanto a planta paulista tem vocação mais para implementos para cargas industrializadas.
Com o mercado variável como foi o deste ano, com queda na atividade agro e aumento do transporte de cargas industriais, a ideia é tornar as três fábricas aptas a produzir uma maior variedade de implementos rodoviários.
“É importante ter plantas que consigam se adequar à demanda do mercado. Esse investimento foi muito voltado para as fábricas, para poder ter essa versatilidade e atender ao mercado externo”, explica Ivo Ilário Riedi Filho, CEO da Guerra, durante a Fenatran.
R$ 85 milhões de investimentos da Guerra em dois anos
Para 2025, a promessa é de mais R$ 25 milhões em investimentos. A quantia será focada nos processos produtivos e na aquisição de máquinas para corte e de robôs para soldas.
O retrospecto desta retomada "sob nova direção" há três anos explica o entusiasmo da Guerra. Foram 7 mil unidades feitas em 2023, crescimento de quase 30% em relação a 2022. Para este ano, a expectativa é fechar com 10 mil, o que significará alta de mais de 40% nas vendas.
Com as melhorias nas fábricas, a Guerra prevê vender de 12 mil a 13 mil unidades em 2025. A expectativa é de maior agilidade e entregas em meio às oscilações do mercado.
“O setor agrícola resvalou no sentido de empolgação, as montadoras foram para os 6x2 e o mercado voltou-se para carga industrializada. Nós tivemos muita demanda de container e a própria movimentação de cargas do e-commerce puxaram as vendas”, explica Alves Pereira, diretor comercial da Guerra.
Empresa também mira nas exportações
As exportações também saltaram aos olhos da empresa de implementos. Em 2023, as vendas externas representaram 5%. Para este ano, devem ser responsáveis por algo entre 7% e 8%, conforme as projeções da Guerra.
“O desafio é chegar a 10% de exportações”, diz Ivo Riedi Filho.
O principal mercado externo hoje é o Paraguai, onde a companhia é líder no segmento graneleiro.
A Guerra também atua no Uruguai, Chile e Peru e no ano que vem volta à Argentina - países com modais diferentes no agro, com cargas de 1 metro e carrocerias de ferro.
“Também estamos mirando a Colômbia e países da África, que têm potencial com condições de estradas parecidas com as nossas. Em contrapartida, estamos sofrendo por causa da situação política em alguns países, como a Bolívia”, diz Alves.