06/04/09 10h36

Grupos se movimentam para megalicitação

Valor Econômico - 06/04/2009

A maior concorrência aberta pelo governo federal na década vai passar por momentos decisivos nas próximas semanas. Pelo menos seis grupos estrangeiros preparam neste momento consórcios para disputar a licitação enquanto aguardam os detalhes do projeto do trem-bala, um contrato de US$ 11 bilhões que pode mudar a cara da indústria da construção pesada e de transportes no país. Os grupos estrangeiros envolvidos na disputa passaram os últimos meses reunindo-se com potenciais investidores, fornecedores e sócios do projeto. As conversas envolvem bancos privados, fundos de investimento, fontes oficiais de crédito e muitas empreiteiras estrangeiras e nacionais. Dos US$ 11 bilhões previstos para o projeto, estima-se 75% serão destinados à parte de construção civil da obra, e apenas 25% vão para equipamentos de transporte propriamente ditos - o que tem justificado a procura por sócios entre as construtoras.Os interessados que se preparam para disputar a concorrência são liderados pela francesa Alstom, a alemã Siemens, o conglomerado japonês Mistui - associado a fornecedores locais -, as estatais responsáveis pelo trem bala coreano, a China Railway Materials (CRM) e a italiana Ansaldo Breda. Fontes do setor acreditam que pelo menos quatro desses grupos devem chegar à concorrência com fortes chances de arrematar o contrato.

Ao contrário do modelo de concessões federais adotado até agora, como rodovias e hidrelétricas, o critério de seleção dificilmente será a menor tarifa. Sairá vencedor da concorrência o consórcio que proporcionar a menor contrapartida de dinheiro público possível, aliado a um critério de velocidade na conclusão da obra - uma proposta mais cara, mas mais rápida, pode sair vencedora.A previsão no governo é de que o edital estará pronto até meados de julho.