25/05/10 10h58

Grupo Umbria amplia menu de redes em busca de margem maior

Valor Econômico

Encher as lojas em horários que não são de pico de atendimento. Essa é a nova estratégia do grupo Umbria para as redes Spoleto e Koni Store, especializada em temakis, cones japoneses enrolados em algas. A primeira já está vendendo sanduíches e a segunda, pequenas refeições. "Estamos reestruturando as lojas para melhor aproveitar os funcionários e reduzir a ociosidade nos horários considerados fracos", explica Eduardo Orivio, vice-presidente do grupo. A previsão é de aumentar a margem de lucro em pelo menos 5%.

A primeira a passar pela mudança foi a rede Spoleto. Desde dezembro, as lojas especializadas em massas começaram a vender o Pane Romano, um pão fabricado na loja e com recheio de peixe, frango ou carne. Para aumentar a venda nos horários de lanche, o refrigerante sai de graça. "Mas não é só vender o sanduíche, a proposta tem que conquistar o funcionário da loja", conta Orivio, que acrescenta que é necessário treinamento para fazer com que o empregado saia de traz do balcão para explicar ao cliente que não está acostumado a procurar o Spoleto nos horários de lanche.

Para isso, a Umbria paga participação nos lucros que varia de 20% a 60% e é distribuída de acordo com o resultado de cada loja. Há também um programa de incentivos batizado de PGF (Programa Gnocchi da Fortuna), por meio do qual os funcionários que mais se destacam são escolhidos para fazer cursos de aperfeiçoamento que podem gerar promoções posteriores. "Além da seleção, os funcionários são avaliados por uma equipe e passam por provas de conhecimentos", diz Roberta Rebelo, coordenadora de franquias do grupo.

A mesma filosofia está sendo aplicada agora nas lojas Koni Store, rede que foi comprada em 2008 pelo grupo. "Nada mais etéreo do que moda. Hoje, o Koni vive praticamente de madrugada, mas temos que fazer dele um restaurante", explica o vice-presidente. Para isso, a rede começou a vender refeições como yakisoba e rolls (rolinhos de peixes) e já abriu lojas em shoppings, como o Rio Sul, na Zona Sul carioca.

O grupo também trabalha para aumentar a lucratividade reduzindo custos. Criou um programa chamado Projeto 21, que além de economia, visa melhorar a sustentabilidade das lojas com a troca de fogões a gás por elétricos. Com isso, o volume de água utilizado será reduzido entre 30% a 40%. Na primeira loja onde o sistema será implantado no Rio, a do Shopping Via Parque, o vice-presidente estima que a margem de lucro cresça de 5% a 8%. O investimento, a ser feito pelo franqueado, é de R$ 30 mil (US$ 17,1 mil).

Como todo o comércio, o grupo está de olho na classe C e começa a notar uma maior demanda nas lojas. "As lojas Domino ' s [franquia de pizza que também faz parte do grupo] de Vila Isabel (Zona Norte) e da Freguesia (Oeste) começaram a ter bom resultados nos últimos dois anos", conta o vice-presidente. O Spoleto também investiu nesse consumidor vendendo um prato a R$ 9,90 (US$ 5,7). "O ano passado foi o melhor da vida do Spoleto, com crescimento de 19%". Em 2009, o grupo Umbria cresceu 18%, com faturamento de R$ 362 milhões (US$ 183,8 milhões). Ao todo a rede vai abrir, até 2011, 50 novas lojas. Só o Spoleto, teve receita de R$ 290 milhões (US$ 147,2 milhões) no ano passado.