Grupo Renault/Nissan vai diversificar produção no Brasil

Valor Econômico

O grupo Renault/Nissan pretende investir para ampliar a variedade de carros produzidos no Brasil, incluindo modelos pequenos, concebidos com a participação da engenharia local, segundo o presidente mundial da companhia, Carlos Ghosn. Para ele, "não é possível que o terceiro maior produtor de veículos do mundo fique com menos de 5% de um mercado como o Brasil". O executivo explica que a companhia está agora refazendo os cálculos para definir o orçamento do próximo programa de investimentos no país.

Para Ghosn, a lógica das apostas da empresa no país se sustenta nos números do potencial de consumo de veículos. O executivo lembra que nos Estados Unidos existe uma relação de 800 veículos para cada mil habitantes. No Japão são 600, a mesma média da Europa. No Brasil são 150. "Mesmo que a crise leve a uma queda na média dessa relação no mundo, o Brasil ainda está muito longe", destaca. Para o executivo-chefe da aliança Renault/Nissan, o mundo precisa começar a entender que participantes do antigo bloco chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) já não fazem parte do que se chama de mercados emergentes. Ele diz que no setor automotivo já está claro que Brasil e China já fazem parte do desenvolvimento.

Apesar de prever que a recessão mundial continuará no próximo ano, Ghosn afirma não estar preocupado com o Brasil em 2010. Para ele, as vendas de veículos no país estão em crescimento não apenas porque o governo decidiu dar incentivos por meio da redução do IPI. "O principal é que existe muito potencial de crescimento nesse mercado", destaca o executivo. Para ele, a indústria automobilística continuará elegendo o Brasil como centro de produção na América do Sul, com a opção de ter fábricas também em outros países, como a Argentina.