Grupo da EESC-USP lança balão para testar componentes da missão lunar brasileira
Agência FapespPesquisadores do Grupo Zenith da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) lançou um balão estratosférico que testou na alta atmosfera experimentos e componentes que mais tarde serão incorporados ao satélite lunar Garatéa-L, segundo informou a Comunicação Social da Missão Garatéa-L.
A sonda acoplada ao balão foi batizada de Garatéa II – assim chamado por ser o segundo voo da série a levar experimentos a uma altitude de até 30 km. A essa distância do chão, a pressão atmosférica é um centésimo da encontrada ao nível do mar e a camada de ozônio já ficou para trás, permitindo a alta incidência de raios ultravioleta do Sol.
“É um ambiente muito parecido com o encontrado na superfície de Marte”, diz Fabio Rodrigues, co-coordenador da equipe científica do experimento embarcado e pesquisador do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).
O experimento embarcado expôs colônias variadas de microrganismos e moléculas de interesse biológico a essas condições radicais, na esperança de compreender seus efeitos sobre a vida e assim verificar a viabilidade de que ambientes extraterrestres, como o planeta vermelho, possam servir como nichos para atividade biológica.
Trata-se de uma versão precursora do experimento que será embarcado na Garatéa-L, espaçonave brasileira a ser colocada em órbita da Lua em 2020. Além das colônias de bactérias, a missão também contará com um experimento para verificar os efeitos do inóspito ambiente cislunar sobre tecidos humanos e uma câmera que fará observações da região do polo sul da Lua.
A missão tem como cientista principal Douglas Galante e é dirigida por Lucas Fonseca, engenheiro espacial formado na EESC-USP e CEO da empresa Airvantis, que está promovendo o projeto em regime de parceria público-privada.
O voo da Garatéa II foi lançado a partir do Hangar 1 do Departamento de Engenharia Aeronáutica (SAA), localizado na Área 2 do Campus da USP em São Carlos.
Divulgada oficialmente em novembro de 2016, a primeira missão lunar brasileira é um projeto da empresa Airvantis, em parceria com pesquisadores de diversos grupos de pesquisa em instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade de São Paulo (USP), o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o Instituto Mauá de Tecnologia e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). O lançamento está marcado em 2020.