22/04/09 11h33

Grupo Clarins projeta aumento de 30% em suas vendas no Brasil

Valor Econômico - 22/04/2009

"Batom é à prova de crise!" A frase vem de um dos membros da família de Estée e Joseph Lauder, os mitológicos fundadores da marca líder do mercado de cosméticos, mas cai como uma luva no otimismo de Gérard Delcour, presidente mundial do grupo francês Clarins, dono da marca de perfumes Azzaro. De passagem pelo Brasil na semana passada, para preparar o lançamento no país do Twin, perfume voltado para o segmento jovem, ele disse que a venda de seus produtos cresceu 16,6% no mercado brasileiro em 2008 e que espera aumento de até 30% este ano, apesar da crise. São percentuais de crescimento acima dos verificados pelo setor no país que, segundo Delcour, teve acréscimo de 12% no ano passado e deve vender até 5% mais este ano.

Segundo Delcour, as dificuldades observadas na Europa e nos Estados Unidos não atingem o Canadá e, menos ainda, a América do Sul e, definitivamente não, o Brasil. O que o grupo Clarins tem observado aqui, segundo ele, é uma população com cada vez mais poder de compra, graças ao crescimento da classe média constatado nos últimos anos de bonança econômica. E embalado pelo sucesso do Azzaro Pour Homme, o grupo Clarins não faz por menos. Em pleno ano da crise planeja ganhar uma posição no ranking brasileiro de perfumes, passando do quarto para o terceiro lugar, atrás apenas das casas Carolina Herrera e Christian Dior.

O Brasil, segundo a análise do presidente do Clarins, está também na primeira linha da expansão dos perfumes e cosméticos pelo mundo. De acordo com suas projeções, daqui a cinco anos o grupo dos chamados Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) será responsável por 60% do crescimento do mercado de perfumes e cosméticos. Hoje, eles respondem por apenas cerca de 10% do mercado global. Um mercado que, após muitos anos crescendo a um ritmo entre 4% e 6% ao ano, pode até tomar um tombo de 5% em 2009. Na hipótese mais otimista, ficará estável. Mas Delcour espera uma recuperação muito rápida, começando pelo aparecimento de novas oportunidades naqueles quatro países e em outros menos cotados da América do Sul, da Ásia e da África, que também vinham mostrando crescimento acelerado.