23/11/09 11h38

Grifes de luxo reagem à crise

O Estado de S. Paulo

Assim que o banco americano Lehman Brothers quebrou, as consultorias internacionais foram categóricas ao sentenciar o fim da farra do luxo. De fato, num primeiro momento quem perdeu dinheiro com o mercado financeiro cortou despesas, a começar pelos supérfluos. Passados 14 meses, algumas grandes grifes ainda tentam encontrar o rumo da retomada das vendas. Uma parte viu o lucro encolher trimestre a trimestre e passou por um enxugamento da operação. E, nesse cenário funesto, o Brasil e a China se consolidaram entre as apostas para as marcas de luxo. Por aqui, as vendas estancaram em boa parte das lojas das grifes internacionais de primeira linha entre outubro e novembro de 2008. Agora, há quem estime que as vendas de Natal sejam melhores que as de 2007 - ano pré-crise.

Há duas semanas, André Piedade abriu a segunda loja da Seven, grife californiana de jeans, na Villa Daslu. A primeira foi inaugurada em outubro de 2008 no Shopping Iguatemi, um mês depois do estouro da crise. "O mercado brasileiro não foi afetado, tanto que abrimos essa loja agora e vamos inaugurar a terceira no Rio no início do ano. A recuperação foi muito rápida", diz o empresário.

A francesa Véronique Clavarie, responsável pela operação da Cartier no Brasil, também está animada com o interesse da clientela. A operação brasileira, juntamente com a chinesa e do Oriente Médio, são as únicas com crescimento, segundo a representante da Cartier.

Diretor da consultoria GfK, Ricardo Moura diz que a previsão é que neste ano o mercado de luxo cresça 8%. É muito para um ano que parecia perdido para o setor, mas é pouco perto da taxa de crescimento dos anos anteriores - 12,5% em 2008 e 17% em 2007. A expectativa é de que em 2009 o faturamento do segmento de luxo chegue a US$ 6,45 bilhões.