03/05/10 11h08

Grifes buscam parceiros para operar no Brasil

Valor Econômico

Diante do pior desempenho no mercado do luxo desde 1995 nos países ricos, as grifes internacionais estão de olho no Brasil, onde a crise não foi tão drástica. Nove grifes internacionais, com destaque para as italianas, estão procurando parceiros brasileiros para abrir lojas no país. "Com algumas grifes entrei em contato em 2002 e nunca havia obtido uma resposta. Havia ainda marcas que eu estava conversando há cinco anos. Agora, essas grifes querem vir para o Brasil por causa da boa situação econômica do país e da crise lá fora", disse Edson Daguano, sócio da Consultive, consultoria da área de moda.

Daguano montou uma área de negócios internacionais em parceria com Gino Due, ex-CEO da Daslu, na Consultive. A ideia é elaborar planejamentos estratégicos para as grifes internacionais. "Estamos representando as grifes e negociando com grupos de moda e fundos de investimento", disse Daguano. Os consultores estão representando no Brasil a tradicional marca francesa Yves Saint-Laurent, criada pelo estilista que deu seu nome à grife e hoje pertence ao grupo PPR. Atualmente, a YSL não possui nenhuma loja na América do Sul.

A grife alemã Escada, que no ano passado teve falência decretada e foi adquirida pela milionária família indiana Mittal, está em negociações avançadas e poderá abrir uma loja no mercado brasileiro no fim do ano. Na lista, há também a americana DKNY que ensaia sua volta ao Brasil. Na década de 90, a marca chegou a ter uma unidade no shopping Iguatemi, tendo como representante a empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu.

Mas a invasão das grifes internacionais em território nacional está vindo mesmo da Itália. Nos países europeus, que representam 38% do mercado de luxo, a queda nesse segmento foi de 8,5% no ano passado quando comparado a 2008, segundo estudo da Bain & Company. As italianas Ballantyne, famosa por suas cashmeres, e a Mandarina Duck, que produz bolsas e sapatos, também estão com negociações adiantadas com grupos brasileiros e suas lojas podem ser inauguradas até 2011.

Outras três grifes da Itália também cobiçam o mercado brasileiro do luxo: a marca de roupas esportivas Freddy, a grife de sapatos e acessórios Baldini, além da Blumarine, de roupas femininas e vestidos de noiva, e a grife do estilista italiano Gianfranco Ferrè, que na década de 1980 costurou para Maison Dior e é badalada nos desfiles de moda de Milão.