14/10/09 10h17

Grau de investimento atrai mais fundos soberanos para o Brasil

O Estado de S. Paulo

Na esteira da "onda" que tem atraído investidores estrangeiros para o Brasil, fundos soberanos da Europa - que investem os recursos de países com grandes reservas internacionais - e bancos centrais de países do Oriente Médio e da Ásia passaram a investir em títulos da dívida brasileira (interna e externa). Fundos de investimentos europeus que aplicam recursos de investidores bilionários também se tornaram compradores de papéis brasileiros.

O poderoso Fundo Soberano da China, (CIC, sigla em inglês), com recursos de US$ 200 bilhões, já manifestou interesse em comprar títulos da dívida doméstica do Brasil. O movimento de atração desses investidores já foi detectada na mesa de operações do Tesouro Nacional e Se intensificou depois que a agência de classificação de risco Moody's concedeu, em setembro, o grau de investimento ao Brasil.

Com a nota da Moody's, o País passou a ter o grau de investimento das três maiores agências (Standard & Poor´s e Fitch já haviam dado a nota ao Brasil no ano passado), o que abriu as portas a grupos de investidores mais tradicionais. Com o perfil conservador, muitos desses fundos só investem em papéis de países que têm grau de investimento das três agências.

"O momento é muito favorável para os títulos brasileiros. Há uma forte atração de novos investidores", disse o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro, Otávio Medeiros, que em recente encontro com investidores, em Pequim, teve reuniões reservadas com investidores da China, entre eles do CIC. Todos, disse ele, entusiasmados com a economia brasileira.

Segundo Medeiros, alguns fundos soberanos já aplicavam em papéis da dívida doméstica, mesmo antes de o Brasil receber o grau de investimento pela primeira agência de classificação de risco. Outros, mais conservadores aplicavam apenas em títulos da dívida externa e agora estão começando a se sentir mais confortáveis e seguros para investir diretamente no País. Entre esses fundos estão o de Abu Dabi, Cingapura, Hong Kong e Coreia do Sul.