Grandes editoras brasileiras reestruturam seus negócios
Valor Econômico - 20/12/2006
O brasileiro continua lendo pouco e a concorrência imposta pelo capital estrangeiro cresce. Nesse quadro, as editoras brasileiras chegam ao final deste ano com novos negócios em carteira e estratégias que incluem desde parcerias com os concorrentes internacionais até investimento em livros de bolso e ampliação de parque gráfico. Na categoria das grandes editoras nacionais, a Ediouro e a Record, nos últimos anos, vêm apostando na compra de selos e em fazer parcerias com grupos estrangeiros. A Sextante mantém uma operação ancorada em altas tiragens e preços mais baixos. E a Companhia das Letras desponta em uma área ainda pouco explorada pelo mercado editorial brasileiro: os livros de bolso. A Ediouro é a que tem atuado com maior agressividade. Há cerca de quatro anos, os sócios perceberam que era preciso diversificar o mix de produtos para, assim, depender menos das revistas de passatempo da marca Coquetel - um selo que tinha uma importante representação dentro da empresa na época, mas que apresentava queda nas vendas. A holding Ediouro possui quatro negócios: gráfica, livros e revistas (tanto de passatempo quanto informativas) - cada braço representa cerca de um terço do faturamento. Através de compras e parcerias realizadas nos últimos cinco anos, foram incorporados ao portfólio da editora mais sete selos editoriais. A Companhia das Letras trilha um caminho diferente para aumentar as vendas. A editora lançou em maio de 2005 uma coleção de livros de bolso - mercado, até então, liderado pela L&PM Editoras. Já foram lançados 40 títulos nessa coleção, que custam, em média, a metade do preço de um livro em formato tradicional. Este ano, as vendas do selo Companhia do Bolso responderão por 6% da receita da empresa - o dobro do ano passado.