07/08/23 15h30

Grande ABC concentra 5,5% das antenas de 5G do Estado

Região tem 252 dispositivos que expandem sinal da quinta geração para redes móveis; especialistas avaliam processo como adiantado

Diário do Grande ABC

Pouco mais de um ano após a chegada da quinta geração para redes móveis ao Brasil, cinco cidades da região já possuem a “Lei das Antenas” atualizada. Conforme balanço da InvestSP, agência de promoção de investimentos do Estado vinculada à SDE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico), apenas Diadema e Rio Grande da Serra não se adequaram à legislação. Com 252 estações móveis com a tecnologia 5G, o Grande ABC já representa 5,5% do número total do Estado – 1 a cada 20 antenas.

De acordo com dados de Estação Rádio Base e de Estações Móveis da Telefonia Móvel (ou Serviço Móvel Pessoal – SMP) disponibilizados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), das 868 antenas da região, 252 possuem tecnologia 5G, ou seja, 29% destes dispositivos no Grande ABC dispõem sinal na frequência da quinta geração. O número é maior que o índice estadual, de 22% (4.575 estações com 5G entre 20.687).

Conforme explica Elisabete Donato, gerente da InvestSP, as operadoras de telecomunicações têm prazos para a implantação do serviço, que foram definidos em cronograma da Anatel e consideram, por exemplo, o tamanho da população. Além disso, o pleno funcionamento e a expansão do 5G dependem de uma série de fatores, como liberação da própria Anatel, atualização das “Leis das Antenas” e instalação da infraestrutura pelas operadoras de telecomunicações. 

Na previsão da Anatel, Santo André e São Bernardo devem ter cobertura total até julho de 2025, já para Mauá e Diadema, o prazo se estende para o mesmo período de 2026. Cidades de menor porte, São Caetano e Ribeirão Pires, têm até julho de 2027 para finalizar a instalação completa em seu território. Já Rio Grande da Serra terá implantação 100% finalizada até 2029, segundo a projeção.

Para a especialista, os atuais números mostram um avanço considerável em relação ao prazo. “São processos que exigem tempo, mas quando se analisa o cenário de São Paulo um ano após a chegada do 5G ao Brasil, é possível dizer que o Estado está bastante adiantado”, finaliza. 

Conforme explica Elisabete, a atualização das “Leis das Antenas”, que são municipais e determinam onde os equipamentos podem ser instalados, é fundamental para que as operadoras de telecomunicações invistam na infraestrutura do 5G. Diadema, por exemplo, possui antenas já com a tecnologia, porém, segundo o balanço da agência, ainda não tem a legislação adequada, o que pode fazer com que seu funcionamento não atinja a potência máxima ou não tenha o alcance desejado.

“A tecnologia exige um número de antenas até 10 vezes maior que o 4G. As leis antigas impõem diversas restrições para a instalação dessa infraestrutura”, explica a gerente.

Força tarefa

Segundo a InvestSP, o Governo do Estado tem feito uma força-tarefa para acelerar o processo em questão jurídica, uma vez que a mudança nas legislações municipais é fundamental. Segundo a agência, o total de cidades paulistas que atualizaram a “Lei das Antenas” mais que dobrou em 2023: pulou de 61 no fim de dezembro para 154 em julho deste ano. Conforme a Anatel, 102 cidades paulistas já contam com internet 5G, uma a cada quatro municípios. 

Coordenada pela SDE e a própria InvestSP, a mobilização conta com reuniões, eventos e atendimento a gestores locais de todo o Estado para levar informação sobre o tema, “O objetivo principal, além dos benefícios para o usuário, é o aumento do desenvolvimento econômico do Estado, com geração de emprego e renda, uma vez que a conectividade vai revolucionar setores como agronegócio, saúde, segurança e educação e será fundamental para a atração de investimentos e o avanço da Indústria 4.0, com benefícios diretos para regiões como a do Grande ABC, com forte vocação industrial”, finaliza Elisabete.

Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital (o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoal, que representa as empresas que fornecem serviços de telefonia na região), também ressalta a importância de legislações atualizadas sobre o tema, e afirma que os resultados do 5G são positivos. “Em um ano, o 5G chegou a mais de 11 milhões de usuários no Brasil. Para fazer uma comparação, o 4G demorou mais de dois anos para chegar a uma quantidade similar,” explica. 

Em resposta ao questionamento do Diário sobre a falta de legislação apontada no estudo, a Prefeitura de Diadema informou que o projeto de lei que vai atualizar a legislação vigente está em fase final de revisão e será enviado à Câmara Municipal em no máximo 30 dias. Rio Grande não retornou os questionamentos.

 

Fonte: https://www.dgabc.com.br/Noticia/4017202/grande-abc-concentra-5-5-das-antenas-de-5g-do-estado