04/07/07 10h48

Governo vai licitar mais sete usinas hidrelétricas

Folha de S. Paulo - 04/07/2007

Para enfrentar a necessidade de aumento da capacidade de geração de energia (de 45,1 mil MW a 50,6 mil MW até 2016), a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética) incluiu em seu novo plano decenal a concessão de mais sete usinas hidrelétricas, que, juntas, serão capazes de produzir 5.857 MW, suficientes para abastecer cerca de 10,5 milhões de pessoas. Pelas contas da EPE, a cada ano o país terá de acrescentar de 4.500 a 5.000 MW até 2016, dependendo do cenário de crescimento econômico traçado -de 4,2% ou de 4,9% ao ano. Em 2006, o parque instalado era de 92,4 mil MW. Precisa, portanto, ser ampliado em cerca de 50%. O investimento total previsto em geração de energia é de R$ 133,6 bilhões (US$ 69,4 bilhões), além de mais R$ 33,9 bilhões (US$ 17,6 bilhões) em linhas de transmissão. No plano anterior (2006-2015), a EPE previa acréscimo de 40 mil MW na capacidade de geração. A revisão se deu por causa da previsão de crescimento econômico maior. Entre os principais projetos de usinas que foram incluídos no novo plano estão a de Marabá (2.014 MW), no rio Tocantins, na divisa entre Pará e Maranhão, e a de Teles Pires (1.820 MW), no rio do mesmo nome, em Mato Grosso, onde também serão licitados mais cinco empreendimentos. Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, foram feitos estudos técnicos iniciais que apontaram a viabilidade da construção dessas usinas. Os empreendimentos serão licitados nos leilões de energia previstos para 2009 e 2010 e devem entrar em operação em 2014 e 2015. Na revisão do plano decenal, as usinas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, foram, por sua vez, postergadas em um ano -sofreram atraso por causa da demora na concessão da licença ambiental, examinada pelo Ibama desde o final de 2005. Também foi postergada a oferta para empreendimentos que começarão a produzir em três anos, focada em termelétricas. Nesse caso, a data foi reprogramada para o dia 26 deste mês. Tolmasquim afirmou que alguns projetos de hidrelétricas conseguiram licenças ambientais e seus empreendedores pediram mais tempo para se preparar para o leilão. No caso da oferta das térmicas, seis usinas ainda negociam o contrato de fornecimento de gás, exigência para participarem do leilão.