03/09/09 11h59

Governo paulista estuda transformar a concessão do Expresso Aeroporto em PPP

Valor Econômico

O governo de São Paulo estuda a possibilidade de transformar a concessão do Expresso Aeroporto, trem projetado para ligar o centro da capital ao aeroporto de Guarulhos, em uma Parceria Público-Privada (PPP). O projeto foi colocado em licitação em junho como concessão comum - com investimento todo privado -, mas devido a uma revisão da demanda de passageiros, o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, diz que será necessária a participação do Estado para que a obra seja atraente à iniciativa privada.

Segundo Portella, a indefinição sobre a construção do terminal 3 do aeroporto de Guarulhos afetou o estudo de demanda de passageiros utilizado no edital. De acordo com o projeto que estava em licitação, a expectativa de demanda de passageiros no começo da operação era de 18,7 mil pessoas por dia, evoluindo para um pico de 32 mil pessoas/dia depois da construção do terceiro terminal no aeroporto.

O secretário explica que, como a tarifa máxima de R$ 35 (US$ 19) está num nível adequado, a solução deve ser diminuir o investimento privado na obra. Para isso estão sendo estudadas três alternativas. Uma é a de o Estado assumir parte do investimento inicial e ser pago futuramente pelo concessionário. Outra é facilitar o acesso dos passageiros à estação da Luz, com melhorias no sistema que torne o expresso mais atraente ao público. A terceira é transformar a concessão em uma PPP, em que o Estado complementa a arrecadação tarifária do concessionário.

O novo estudo de demanda do Expresso Aeroporto também considera que o trem de alta velocidade (TAV) que ligará Campinas ao Rio de Janeiro, passando por São Paulo, não concorrerá com a linha paulista. O secretário afirma que apesar de o TAV ter paradas no Campo de Marte, na capital, e no aeroporto de Guarulhos, não haverá repartição de tarifas, ou seja, não serão vendidas passagens entre o Campo de Marte e Guarulhos.

Segundo Portella, essa garantia foi dada há dois meses com a assinatura de um acordo entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o governo paulista. O gerente do projeto de implantação do TAV da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Roberto Dias David, diz, porém, que o sistema tarifário do trem-bala ainda não está definido. "O trem-bala terá oito estações, e para cada deslocamento existe uma tarifa que deverá ser regulada. A tarifa entre Campo de Marte e Guarulhos com certeza será mais elevada do que a do Expresso Aeroporto, porque o trem de alta velocidade é um sistema mais caro", diz ele.