Governo monta estratégia para tentar atrair centros de pesquisa
MDIC e Apex mapearam os países com potencial paara investir no Brasil e vão começar a ‘bater na porta” das empresas
Estado de S. PauloO governo brasileiro dará início a uma série de missões internacionais para prospectar investimentos em centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no País. As missões fazem parte de uma nova estratégia para a área, considerada prioritária pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI), Armando Monteiro.
Para nortear a ação, o MDIC e a Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) mapearam os países com potencial de investir em P&D no Brasil em quatro áreas: saúde, energias renováveis, tecnologia da informação e petróleo e gás.
O estudo identificou mais de 150 empresas internacionais com potencial de abrir centros de pesquisa no País. O maior número está nos EUA, mas entraram no radar países como Japão, Taiwan e Alemanha.
A principal novidade da política para P&D é que será a primeira vez que o Brasil irá atrás dos potenciais investidores. Segundo a Apex, nos último cinco anos foram abertos 22 centros de pesquisas no Brasil, entre eles empresas como GE e IBM. Até agora, porém, o governo atuava por demanda, conforme era procurado pelas empresas. “Estamos invertendo esse ciclo. Já conseguimos identificar os potenciais investidores e vamos começar agora um trabalho de bater na porta de cada um deles”, explica o presidente da Apex, David Barioni Neto.
De acordo com o secretário de Inovação do MDIC, Marcos Vinícius de Souza, um dos pilares será dar força política à atuação do governo brasileiro com as empresas, com visitas de autoridades às companhias e participação em eventos. No fim do mês, Monteiro e outras autoridades apresentam a nova estratégia na Brazil Innovation Conference, em Nova York, a presidentes de empresas algo daquele país.
Além disso, será simplificada a burocracia necessária para aportes em P&D e a Apex ficará responsável por auxiliar todo o processo nas esferas federal, estadual e municipal.
Países. O estudo concluiu que o Brasil devem mirar os EUA, Suíça, Coréia do Sul e Canadá para atrair investimentos para o complexo industrial da saúde. Nessa área, o país compete por recursos com a Turquia e Índia. No caso de energias renováveis, EUA e Alemanha são os potenciais investidores e o principal competidor é o México. O estudo indicou ainda que, nessa área, o Brasil pode se beneficiar de alianças com universidades e institutos de pesquisa.
Em Ti, Israel, Coréia do Sul e Estados Unidos devem ser o foco das missões. Países como Índia e Taiwan são os concorrentes, sendo que esse último também tem companhias nacionais com potencial de investir no Brasil.
Em petróleo e fás, os investidores em potencial são os principais players do mercado, Noruega e EUA, e a Malásia compete com o Brasil pelos recursos.
Para chegar a esses países, foram considerados fatores como gastos domésticos em pesquisa, desenvolvimento da indústria, política governamental e facilidade de financiamento interno. Apesar do momento complicado da economia brasileira, o governo entende que a situação conjuntural não prejudicará a atração de recursos para o setor porque esses investimentos são de longo prazo.