23/11/10 10h51

Governo espera que três consórcios participem do leilão do trem-bala

Valor Econômico

O governo espera que ao menos três consórcios entreguem suas propostas para o trem-bala na segunda-feira, 29. Apesar da pressão dos empresários do setor para que a data do leilão seja adiada, o governo decidiu que o calendário está mantido. Sobre a entrada dos fundos de pensão no projeto, Bernardo Figueiredo, presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), acredita que o acordo com o consórcio vencedor deve ocorrer somente após a realização do leilão. Os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef - dos funcionários do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, respectivamente - devem entrar com 20% do projeto, sendo que desembolsarão inicialmente R$ 1,5 bilhão (US$ 882,4 milhões). O restante do capital entrará por meio de financiamento do BNDES, que será pago no longo prazo pelos acionistas do trem-bala.

Previ, Petros e Funcef vão bater o martelo no modelo de participação no projeto do trem-bala no fim desta semana ou início da próxima, informaram fontes que participam das negociações. A tendência que prevalece entre as fundações é a de entrar no negócio após o leilão, através da Invepar, holding da qual são acionistas junto com a empreiteira OAS.

As fontes afirmaram que o encaminhamento dado pelos fundos à participação no investimento do trem-bala "não decorre de nenhuma orientação política ou de um desejo do governo". O entendimento entre os três fundos para fechar sua presença no negócio envolve apenas questões técnicas sobre a melhor maneira de entrar no empreendimento, reafirmaram as fontes. Previ, Petros e Funcef pretendem acertar com o consórcio vencedor condições mínimas de participação da Invepar na governança corporativa do trem-bala, ou seja, presença no conselho de administração do empreendimento, no conselho fiscal e em órgãos de fiscalização

Do lado dos consórcios, a pressão para que a data do leilão seja adiada segue forte. A Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) e o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) entregarão hoje uma carta ao governo pedindo o adiamento do leilão pelo prazo de seis meses. Segundo essas organizações, o impasse causado pelo período eleitoral - que tinha candidatos com opiniões opostas sobre o trem-bala - e o detalhamento recentes sobre financiamento do BNDES são argumentos suficientes para que se altere a data do leilão.