03/01/08 12h01

Governo eleva investimentos em 19% e desembolso é o maior desde 2001

Valor Econômico - 03/01/08

Os investimentos do governo federal alcançaram R$ 19,17 bilhões (US$ 10,89 bilhões) em 2007, maior valor registrado desde 2001, mesmo se considerada a inflação do período. Em relação a 2006, a alta foi de 19,6%. Ainda preliminar, a cifra foi anunciada ontem pela Associação Contas Abertas, entidade não governamental, e refere-se ao que foi efetivamente desembolsado com gastos dessa natureza, no âmbito do orçamento fiscal e da seguridade social (exclui empresas estatais), incluindo restos a pagar de anos anteriores. Sob o ponto de vista dos empenhos, que refletem com razoável aproximação os investimentos contratados em 2007, o montante foi bem mais alto: R$ 34,04 bilhões (US$ 19,34 bilhões), um recorde, superando nominalmente em 77% o de 2006, por coincidência, também de R$ 19,17 bilhões (US$.8,8 bilhões) Dos mais de R$ 19 bilhões (US$ 10,89 bilhões) desembolsados em 2007, a maior parte, R$ 10,55 bilhões (US$ 4,75 bilhões), refere-se a pagamentos de Restos a Pagar (RPs), portanto, a investimentos contratados em anos anteriores, principalmente 2006. Ainda assim, as pendências de anos anteriores não foram totalmente liquidadas. Terminado o ano, o governo ainda tinha a pagar R$ 5,44 bilhões (US$ 2,5 bilhões) de investimentos empenhados até 2006, informa Gil Castelo Branco, economista do Contas Abertas. Daqueles empenhados em 2007, só R$ 8,62 bilhões (US$ 4,9 bilhões) foram pagos no próprio ano. Mais de R$ 25 bilhões (US$ 14,2 bilhões) ficaram para 2008 ou depois, possivelmente porque os respectivos projetos não foram concluídos. Somados aos empenhos pendentes de anos anteriores, isso significa que o governo começa 2008 com mais de R$ 30 bilhões (US$ 17 bilhões) já autorizados para pagamento de investimentos. Então, mesmo que a aprovação do orçamento de 2008 pelo Congresso atrase a ponto de comprometer totalmente novos empenhos de investimento, o governo poderá investir este ano volume até maior do que o de 2007, sob o ponto de vista dos desembolsos.